terça-feira, 9 de maio de 2017

Perfume


Então pegou um frasco feito de alabastro, cheio de perfume, e ficou aos pés de Jesus, por trás. Ela chorava e as suas lágrimas molhavam os pés dele. Então ela os enxugou com os seus próprios cabelos. Ela beijava os pés de Jesus e derramava o perfume neles. Lucas 7:37, 38
Nos tempos bíblicos, os banquetes eram reuniões públicas em que as pessoas da comunidade poderiam presenciar a conversa entre o anfitrião e os convidados. Foi assim que ela apareceu ali. Soubera que Jesus estaria na casa de Simão e se preparou para honrá-lo. Foi ao perfumista e pediu a fragrância mais cara. “São 300 denários”, disse o atendente desconfiando que a mulher com roupas simples não teria condições pagar aquele preço. “Eu economizei um ano inteiro e aqui está o dinheiro. Preciso presentear uma pessoa especial.”
Ex-prostituta, malfalada e excluída, Maria entrou na sala tentando não chamar a atenção. Desejava demonstrar publicamente todo seu amor por alguém que havia salvado sua vida. Sete vezes o Senhor a tinha perdoado e libertado. Entendendo que Ele era a única esperança de sua vida e com o coração cheio de amor e gratidão, Maria resolveu enfrentar o preconceito e a opinião pública.
De repente, uma fragrância maravilhosa encheu todo o ambiente. “Isso é nardo puro”, avaliou um nariz mais requintado. As pessoas começavam a procurar de onde estava vindo aquele perfume, até que contemplaram uma cena linda. A mulher, em lágrimas, estava jogada aos pés de Jesus. Ela havia quebrado um vaso de alabastro. Com lágrimas, lavava os pés do Senhor; com os cabelos, ela os enxugava; e com nardo, perfumava.
O contraste estava evidente. Enquanto o anfitrião do banquete nem havia cumprimentado Jesus como o costume da época – beijo no rosto para os iguais, na mão para os superiores e nos pés para os reis – a mulher não cansava de beijar os pés do Senhor. Enquanto o anfitrião não havia pedido sequer que um servo lavasse os pés de Jesus, ela o molhava com as próprias lágrimas e os enxugava com os cabelos, contrariando o costume da época, segundo o qual as mulheres não podiam mostrar em público suas madeixas. Maria foi extravagante: honrou Jesus com tudo o que era e tinha.
E você? Como tem tratado a Jesus? É seu hóspede de honra ou você não dá a mínima para Ele? Maria não teve nenhum pudor em demonstrar o quanto Jesus significava para ela. O perfume caro que você deve oferecer a Jesus hoje é sua obediência completa por amor e sua disposição de ir aonde Ele mandar.

Convite


Um fariseu convidou Jesus para jantar. Jesus foi até a casa dele e sentou-se para comer. Lucas 7:36
“Seja bem-vindo! Fica à vontade, mas não mexe em nada.” Essa foi a frase que ouvi de meu amigo na primeira vez que o visitei. Era só brincadeira, mas depois fiquei pensando que é assim que fazemos com um certo convidado especial. Gosto de definir Jesus como um hóspede inconveniente. Ele não é do tipo que vai ao nosso lar e fica sentado num canto, quietinho, esperando sua oportunidade para falar. Quando chega à casa de nossa vida, Ele faz uma revolução!
Durante o período em que eu e minha esposa moramos na Bahia, tivemos uma ajudante muito querida em nossa casa. Nós saíamos cedo e voltávamos à noite e, em alguns dias, ao retornar, éramos surpreendidos com as mudanças que ela fazia na posição de nossos poucos móveis. O sofá estava no lado oposto ao que tínhamos deixado; a estante, fora do lugar; e a cama, enviesada. Depois do susto, geralmente nos acostumávamos com as alterações.
Como a Edinalva fazia, o Senhor entra na casa de nossa vida para trocar as coisas de lugar, trazer novos itens e jogar fora o que não presta. Ele chega para mudar nosso pensamento e comportamento. As roupas que usávamos antes não servem mais, a comida que comíamos se torna imprópria, o lazer, as amizades, os filmes, tudo precisa ser diferente. “Essa vaidade que você usa para enfeitar a sala de estar de sua vida está, na verdade, a enfeando. Vamos jogá-la fora.” “Mas Jesus…”, você reluta, para depois se convencer de que Ele sempre está certo. Ele vai fazendo coisas desse tipo até deixar a casa de nosso coração limpa e enfeitada com amor e santidade.
O problema de muita gente que convida Jesus é pensar que Ele é um hóspede qualquer. Por isso, não lhe dão a honra que merece. Até querem Jesus em sua casa, mas não aceitam o que Ele quer fazer. Foi mais ou menos assim que o anfitrião de Jesus no texto de hoje se comportou. Achou que estava fazendo o máximo ao convidar o Senhor para um banquete, mas o tratou como um hóspede a mais. Jesus não pode aceitar esse tipo de tratamento. Ou Ele é o Senhor, ou não é mais nada!
Se você quer Jesus como hóspede, seu convite deve ser como o refrão de uma música evangélica de sucesso: “Entra na minha casa, entra na minha vida, mexe com minha estrutura, sara todas as feridas. Me ensina a ter santidade, quero amar somente a ti, pois o Senhor é meu bem maior, faz um milagre em mim.”

Nosso representante

Eu digo a vocês que de todos os homens que já nasceram João é o maior. Lucas 7:28
Algumas das hashtags mais badaladas na internet nos últimos anos no contexto político foram: #Merepresenta #Nãomerepresenta. Milhares de pessoas hiperlinkaram suas ideias, críticas e apoios, usando essas tags e ajudando a disseminar posicionamentos políticos. Se Cristo tivesse escrito o versículo de hoje no Twitter, sua declaração poderia figurar nos trending topics do microblog com hashtag: #homemmaisimportante.
Então, o que fez de João “o cara”, segundo o ponto de vista de Jesus? A resposta é simples. Ele recebeu a mais importante missão dada a um homem: preparar o caminho para a primeira vindo do Filho de Deus.
E não é só isso. João cumpriu fielmente essa missão. Assim, temos o seguinte quadro: uma pessoa que recebe a mais importante missão da vida e a executa perfeitamente. A soma desses fatores dá o seguinte resultado: homem mais importante que existiu. E ele era de carne e osso como você.
Se está achando que esse é um privilégio exclusivo do profeta do Jordão, você está enganado. Veja o que diz Ellen White: “Preparando o caminho para o primeiro advento de Cristo, [João] era representante dos que preparam um povo para a segunda vinda de nosso Senhor” (O Desejado de Todas as Nações, p. 101). Em outras palavras, a missão que Deus nos confiou tem o mesmo grau de importância da que foi confiada a João.
Logo, nós também poderemos ser considerados grandes para Deus se assumirmos a missão de João Batista em nossos dias e cumprirmos com fidelidade nossa obra.
João não tinha medo nem preguiça de dar sua mensagem. Ele era direto e condenava abertamente o pecado. É assim que temos que ser.
O resultado de sua pregação foi: “Então, saíam a ter com ele Jerusalém, toda a Judeia e toda a circunvizinhança do Jordão; e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados” (Mateus 3:5, 6, ARA). Milhares de pessoas foram atraídas ao simples profeta do deserto porque ele estava cheio do Espírito Santo e fazendo exatamente o que Deus esperava dele. Se seguirmos essa cartilha, também seremos bem-sucedidos em nossa missão, e o mundo verá Jesus em nós.
Precisamos assumir o trabalho que Deus nos confiou e enfrentar os desafios com coragem e fé. João é nosso modelo. Se o imitarmos, nossa mensagem e, sobretudo, nossa vida darão ao mundo o recado de Deus. #Elemerepresenta, #Joaofoiomaiornostambempodemos!

Dúvida


O Senhor é aquele que ia chegar ou devemos esperar outro? Lucas 7:19
Encerrado no cárcere, João Batista foi visitado pela dúvida. Ele havia trabalhado para preparar as pessoas para a chegada de Jesus e, por sua disposição de falar a verdade e condenar o pecado, havia sido preso pelo ímpio Herodes.
João havia acreditado que Jesus era o Messias. Porém, como a maior parte das pessoas de seu tempo, para ele, Cristo estabeleceria um reino material em Jerusalém, livraria o povo do domínio romano e fundaria um governo de justiça e paz.
O fato de permanecer preso, e Jesus ficar aparentemente indiferente a isso, levou João a se questionar se Cristo era de fato o Messias que tanto aguardara. Preso, solitário e assaltado pelo desânimo, ele não entendia a postura de Jesus.
Por isso, João enviou duas pessoas com a pergunta: “O Senhor é aquele que ia chegar ou devemos esperar outro?” A resposta de Cristo foi um forte sim, em forma de testemunho a respeito de sua obra. Ele deixou claro que estava fazendo o que se esperava do Messias.
A vida cristã às vezes é assombrada por dúvidas. Quando o sofrimento chega, é comum fazer alguns questionamentos: “Onde está Deus?” e “Por que, Senhor?” Acreditamos que pelo fato de sermos cristãos temos que ser livrados de todo o tipo de mal que ocorre no mundo.
Entretanto, as coisas não são bem assim. Vivemos no meio de um grande conflito entre Deus e Satanás. Às vezes, somos atingidos com as faíscas desse embate violento. Jesus guerreia para declarar sua justiça e evidenciar as mentiras do inimigo. O diabo joga sujo com maldade e violência. Ataca-nos para ferir o coração de Jesus e para colocar dúvidas em nós a respeito do amor e do poder de Deus.
Nós e João Batista não estamos sozinhos na dúvida. No passado, o profeta Elias, por exemplo, passou por uma situação semelhante. Escondeu-se em uma caverna ao fugir da furiosa Jezabel e, antes disso, chegou até a pedir a morte, imaginando que estivesse sozinho. Foi no momento mais escuro da vida de seu servo que Deus esteve mais próximo para tirar as dúvidas que o atormentavam. Foi assim também com João Batista. E é assim também conosco.
Quando você estiver passando por dificuldades que o façam duvidar do amor de Deus, recorra ao Senhor, com fé e oração. Ele estará bem ao seu lado. Nesse momento, você sentirá, de modo muito claro, o grande amor de Deus. Não tenha dúvida disso!

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Poderes devolvidos

Sentou-se o que estivera morto e passou a falar; e Jesus o restituiu a sua mãe. Lucas 7:15, ARA
Clark Kent apaixona-se por Lois Lane e resolve se casar com ela. Para fazer isso, porém, abre mão definitivamente de seus superpoderes e se torna uma pessoa normal. O casal de pombinhos está muito feliz em uma lanchonete quando um bandido mexe com Lois e provoca Clark. O ex-Superman, sem a força de antes, leva uma surra do grandalhão e começa a se dar conta de que perdera algo muito importante.
No mesmo período, supervilões interplanetários invadem a Terra, sem que ninguém possa impedi-los. Clark entende o erro de sua escolha e percebe que a perda de seus poderes tirou o sentido de sua existência. O problema é resolvido quando, milagrosamente, seus poderes lhe são devolvidos, e, assim, ele pode voltar a salvar o planeta.
O mundo está cheio de ex-super boys e ex-super girls que perderam a força. Gente com um futuro brilhante pela frente que, em algum momento, resolve respirar outros ares e abrir mão de tesouros da vida. Jogam no lixo a força da pureza e até da saúde em “viagens” a um mundo novo, minado pela “kriptonita” do pecado e suas terríveis consequências.
Outros perdem tesouros na vida, vítimas da maldade de vilões de carne e osso. Sofrem violência sexual e perdem a inocência nas mãos de gente má e doente. Há quem perca o brilho nos olhos por conta de sonhos que se vão como água no ralo. Famílias desfeitas e filhos sem rumo, gente que perde o emprego e a esperança, pessoas que ficam sem saúde física e emocional são apenas uma pequena amostra da realidade das perdas da vida.
O versículo de hoje fala de uma mulher que havia perdido tudo. Seu único filho, a última esperança que lhe restara, estava morto, sendo carregado em uma maca, conforme o costume da época. No entanto, Jesus mudou o que seria o final trágico dessa história. Ele ressuscitou o menino e o devolveu à sua mãe. Restituiu a vida e a esperança daquela família.
Essa é a especialidade de Deus. Hoje, Ele deseja lhe devolver os “superpoderes” que a vida tirou. Receba de volta o amor, o perdão, a pureza e a nova oportunidade que farão de você mais uma vez um “super-herói” nas mãos de Jesus.

Je suis Jesus

Ao vê-la, o Senhor se compadeceu dela e disse: “Não chore”. Lucas 7:13, NVI
Je suis Charlie.” Com essa frase, que significa “somos Charlie”, milhares de pessoas no mundo inteiro se solidarizaram com as vítimas de um massacre no jornal satírico francês Charlie Hebdo, em janeiro de 2015.
Em geral, assumimos esse tipo de postura diante da tragédia alheia. Essa atitude  é resultado de um sentimento nobre que Deus colocou em nosso coração: a empatia, que é sinônimo de compaixão. Essa é a característica de quem consegue se colocar no lugar do outro, especialmente diante do sofrimento.
A empatia ocorre quando percebemos que a dor de alguém é semelhante à que experimentamos e quando entendemos que também somos vulneráveis a passar por algo parecido. Isso ajuda a explicar as lágrimas que derramamos em velórios, por exemplo. Além da saudade do ente querido, choramos diante da morte, também porque sabemos que esse é o destino de todo ser humano, inclusive o nosso.
O versículo de hoje retrata Jesus manifestando empatia em relação a uma viúva que estava chorando por conta da morte de seu filho único. Em outras palavras, Ele se colocou no lugar da pobre mulher e sentiu o que ela estava sentindo.
Saber que o Senhor do universo entende nossas lutas traz conforto e esperança. O livro de Hebreus reforça essa verdade: “Não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado” (Hebreus 4:15, NVI).
Esse é o segredo da empatia de Jesus. Ele pode se colocar em nosso lugar porque experimentou tudo o que o experimentamos, com o diferencial de nunca ter cometido nenhum pecado.
Qual era, porém, o ponto específico de identificação entre Jesus e a viúva do texto de hoje? A mulher estava perdendo tudo o que era mais importante na vida. Ela não tinha mais seu marido e estava a caminho do cemitério para sepultar o filho e a esperança. Jesus sabe exatamente o que isso significa.
Seus filhos queridos, os seres humanos, um dia foram raptados pelo inimigo e passaram a vagar pelo mundo como mortos-vivos por conta do pecado. Isso partiu o coração de Deus. Com sua morte na cruz, Jesus pagou o preço de nosso resgate, para nos ter de volta. É como se nele a Trindade estivesse dizendo Je suis ser humano. A única resposta que podemos dar a esse amor é dizer: Je suis Jesus.

Liberdade e ressurreição

Chegando-se, tocou o esquife e, parando os que o conduziam, disse: Jovem, Eu te mando: levanta-te! Lucas 7:14, ARA
A teia da aranha havia cumprido seu propósito: uma formiga de tamanho médio estava toda enroscada em sua trama. Quanto mais se debatia, mais presa a pobrezinha ficava na armadilha. Os fios entrelaçados eram como braços que seguravam a formiga e preparavam o indefeso inseto para ser o jantar do aracnídeo.
Minha filha, com três anos na época, viu a cena e ficou impressionada. Tive, então, a ideia de fazermos juntos o resgate. Com um palito de dente, livramos o corpo da formiga da teia mortal da aranha. Ao viver essa simples experiência com minha menina, foi inevitável pensar na situação espiritual de muitos jovens.
Pressionados por más companhias, meninos e meninas experimentam o que não devem, como bebidas, drogas e promiscuidade. Na ilusão de provar que não são mais crianças ou até por acreditarem que essas coisas possam trazer alguma felicidade, eles se deixam seduzir pelas máscaras de prazer que escondem tristeza, decepção e tragédia. Acabam aprisionados na teia dos vícios e das consequências das escolhas erradas que fazem.
O versículo de hoje menciona pessoas conduzindo um jovem morto para o buraco em que seria enterrado. Eles representam o tipo de gente que leva outros para os buracos da vida. Falsos amigos, que, na verdade, são fios de uma teia diabólica, tecem a tramam do pecado na qual meninos e meninas perdem a liberdade de sua inocência.
Entretanto, o texto diz que o Senhor parou as pessoas que estavam conduzindo o rapaz para o enterro. Isso é maravilhoso! Jesus tem poder de parar a procissão de morte que o pecado traz para a vida humana.
É isso que Ele quer fazer com quem está se sentindo perdido e sem força para se desvencilhar da teia de “amigos” e hábitos pecaminosos que estão, dia a dia, empurrando-o buraco abaixo.
O texto diz também que, além de frear os carregadores do caixão, o Senhor pronunciou uma frase que ecoa hoje no ouvido de alguém que se sinta sem força para lutar: “Jovem, Eu te mando: levanta-te!” A voz de Jesus tem poder de invadir o caos da morte espiritual e reavivar qualquer pessoa.
As teias do pecado não poderão continuar entrelaçadas em sua vida se você permitir que Jesus impeça seu enterro espiritual. Ouça-o ordenar sua salvação e levante-se para um viver livre e feliz.