quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Ilustre desconhecido

Uma coisa ainda te falta. Lucas 18:22, ARA
Se houvesse um hall da fama para o cristianismo, um ilustre certamente ficaria de fora. Por um motivo muito simples: não sabemos o nome dele. O jovem rico entrou para a história sem ter o nome conhecido. Rico, influente e respeitado, ele era um religioso de mão cheia e não estava blefando quando disse: “Desde criança eu tenho obedecido a todos esses mandamentos” (v. 21). Ellen White confirma: “Cristo […] sabia ser ele sincero em sua declaração: ‘Tudo isso guardei desde a minha mocidade’” (O Desejado de Todas as Nações, p. 519).
Esse era um rapaz exemplar. O próprio Jesus disse que, para aquele jovem, só faltava uma coisa. A vida cristã é feita de muitas partes, e, ao que parece, o jovem rico já tinha passado por quase todas e estava a apenas um passo do paraíso.
Para deixar sua situação ainda melhor, “Jesus viu [naquele] príncipe exatamente o auxílio de que necessitava […]. Se ele se colocasse sob a direção de Cristo, seria uma força para o bem. […] Cristo, lendo-lhe o caráter, o amou” (idid., p. 519).
Ele também estava impressionado com Jesus. O carinho do Senhor pelas crianças despertou amor no coração do rapaz em relação a Cristo. O cenário estava pronto para o diálogo que poderia ter salvado sua vida.
– Bom Mestre, o que devo fazer para conseguir a vida eterna? – perguntou o jovem a Jesus.
Depois de uma introdução, Jesus foi ao ponto:
– Falta mais uma coisa para você fazer. Venda tudo o que você tem, e dê o dinheiro aos pobres, e assim você terá riquezas no Céu. Depois venha e me siga.
A única coisa que faltava pareceu demais para o jovem rico. Ele não podia abrir mão de suas riquezas. Eram mais importantes para ele do que qualquer coisa, inclusive Deus. “Sua afirmação de haver observado a lei divina era um engano. Mostrou que as riquezas eram seu ídolo. Não podia guardar os mandamentos de Deus, enquanto o mundo ocupasse o primeiro lugar em suas afeições” (ibid., p. 520).
O que falta para você? Existe alguma coisa em sua vida que considera mais importante que Jesus? O Senhor o ama do mesmo jeito que amou o jovem rico. Não importa se falta muito ou pouco para você. Coloque Jesus em primeiro lugar em seu coração e permita que seu nome seja escrito no hall da fama do Céu.

quarta-feira, 28 de junho de 2017

A linha divisória


E aquele que guarda os Seus mandamentos permanece em Deus, e Deus, nele. 1 João 3:24
Depois da advertência contra o culto à besta e sua imagem, a profecia declara: “Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Ap 14:12). Visto os que guardam os mandamentos de Deus serem colocados em contraste com os que adoram a besta e sua imagem, e recebem o seu sinal, é claro que a guarda da lei de Deus, por um lado, e sua violação, por outro, deverão assinalar a distinção entre os adoradores de Deus e os da besta.
A característica especial da besta e, portanto, de sua imagem, é a violação dos mandamentos de Deus. Diz Daniel a respeito da ponta pequena, o papado: “Cuidará em mudar os tempos e a lei” (Dn 7:25). E Paulo intitulou o mesmo poder “o homem do pecado” (2Ts 2:3), que deveria exaltar-se acima de Deus. Uma profecia é o complemento da outra. Unicamente mudando a lei de Deus é que o papado poderia exaltar-se acima do Criador. Qualquer pessoa que, conscientemente, guarde a lei assim modificada estará prestando suprema honra ao poder pelo qual se efetuou a mudança. Esse ato de obediência às leis papais seria um sinal de vassalagem ao papa em lugar de Deus.
O papado tentou mudar a lei de Deus. O segundo mandamento, que proíbe o culto às imagens, foi omitido da lei, e o quarto foi mudado de molde a autorizar a observância do primeiro dia em vez do sétimo, como sábado. No entanto, os romanistas apresentam como razão para omitir o segundo mandamento o fato de ele ser, supostamente, desnecessário, achando-se incluído no primeiro. Acreditam que estão apresentando a lei exatamente como era o desígnio de Deus que ela fosse compreendida. Essa não pode ser a mudança predita pelo profeta. É apresentada ainda outra mudança, intencional, com deliberação. “Cuidará em mudar os tempos e a lei.” A mudança no quarto mandamento cumpre exatamente a profecia. Para isso, a única autoridade alegada é a da Igreja. Aqui o poder papal se coloca abertamente acima de Deus.
Enquanto os adoradores de Deus se distinguirão especialmente pelo respeito ao quarto mandamento – dado o fato de ser esse o sinal do poder criador divino, e testemunha de Seu direito à reverência e homenagem do ser humano – os adoradores da besta serão reconhecidos por seus esforços em derrubar o monumento do Criador e exaltar a instituição de Roma (O Grande Conflito, p. 445, 446).

terça-feira, 16 de maio de 2017

Campeões


Quando Jesus ficou sabendo disso, saiu da Judeia e voltou para a Galileia. João 4:3
No ano de 1988, a McLaren, que já contava com o lendário piloto francês Alain Prost, contratou uma das maiores promessas do automobilismo mundial da época, o inesquecível brasileiro Ayrton Senna. O resultado foi um desempenho incrível da equipe. Das 16 corridas do ano, eles venceram 15 provas. Com isso, Senna conquistou o primeiro de seus três títulos mundiais na Fórmula 1.
Depois da vitória do brasileiro, o clima no grupo já não era o mesmo, e os dois pilotos, em vez de permanecerem parceiros, tornaram-se rivais. Em 1989, Prost voltou a ser campeão depois de se envolver em um acidente suspeito com Senna. Não havia mais ambiente na McLaren para os dois, e o francês abandonou a equipe.
O panorama acima é bem diferente do que está sendo retratado no versículo de hoje. Jesus havia iniciado seu ministério depois de ter sido batizado por João Batista. Os dois eram primos e atraíam multidões. Ocorre que as pessoas começaram a enxergar uma competição onde não havia.
Os discípulos de João, preocupados com o sucesso de Jesus e com a perda de seguidores de seu mestre, reclamaram: “Aquele homem que estava com o senhor no outro lado do rio Jordão está batizando as pessoas. […] E todos estão indo atrás dele” (João 3:25). A reposta de João tornou-se uma das mais conhecidas passagens da Bíblia por sintetizar, em uma só frase, doses incríveis de maturidade e humildade: “Convém que Ele cresça e que eu diminua” (João 3:30, ARA).
Os inimigos de Jesus, querendo atrapalhar o trabalho dele, também quiseram colocar lenha na fogueira. Eles “ouviram dizer que Jesus estava ganhando mais discípulos e batizava mais pessoas do que João” (João 4:1). Em vez de entrar nesse jogo mesquinho, Jesus “saiu da Judeia [onde João pregava] e voltou para a Galileia” (João 4:3). Na mente de Cristo e João Batista, não havia espaço para disputas infantis. Não estavam concorrendo pelo título de campeão mundial de batismos. Como uma equipe, queriam salvar juntos a maior quantidade possível de pessoas para o reino de Deus.
E você? Tem sido tentado a disputar posição com alguém? Não entre nessa. Na corrida para o Céu, todos podem ser vencedores. Com humildade e maturidade, você poderá fazer grandes coisas para Deus. Não permita que o ego e a vaidade tirem sua atenção do que de fato é importante. Coloque-se nas mãos de Deus, e Ele fará de você um verdadeiro campeão.

Ira


Quem crê no Filho tem a vida eterna; já quem rejeita o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele. João 3:36, NVI
Respiração ofegante, testa franzida, olhos diminuídos, mandíbula cerrada, dentes à mostra, coração disparado, suor pelo corpo e rosto vermelho. Essa é a descrição de uma pessoa em fúria e pronta para o ataque. Considerada pela Igreja Católica como um dos sete pecados capitais, a ira é, sem dúvida, um dos sentimentos humanos mais presentes. A pergunta que surge, porém, é: Ela é sempre pecaminosa?
A resposta da Bíblia é “não”. O apóstolo Paulo, por exemplo, aconselha: “Quando vocês ficarem irados, não pequem” (Efésios 4:26, NVI). Esse texto deixa claro que é possível sentir ira e não pecar. O versículo de hoje, inclusive, menciona Deus manifestando esse sentimento. A questão, então, é: Quando a ira é legítima e até necessária? Pessoas más andam por aí distribuindo violência gratuitamente. O sentimento correto em relação a esse estado de coisas não pode ser outro senão indignação. Não podemos assistir (e aplaudir) a maldade que prolifera no mundo. É natural, por exemplo, que um pai aja com fúria para proteger seus filhos de um abusador ou de coisa semelhante. Estranho seria o contrário.
É nesse contexto que a ira de Deus se manifesta. Ele é justo e ama seus filhos. Frente à violência de Satanás contra a humanidade, o maior de todos os sentimentos de indignação encheu o coração de Jesus e, movido por isso, Ele partiu com fúria para proteger seus filhos. Por isso, Deus disse à serpente: “Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela; este ferirá a sua cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar” (Gênesis 3:15, NVI). Esmagar a cabeça do inimigo, mesmo a custo de um ferimento para si, foi, desde o início, o objetivo de Deus, para proteger seus filhos.
Na cruz do calvário, a indignação divina foi desviada do ser humano pecador para o próprio Filho de Deus. Porém, qual é a condição de quem não crê nesse sacrifício? Como diz o versículo de hoje, “a ira de Deus permanece sobre ele”.
O fogo e enxofre que um dia descerão do céu foram preparados para Satanás e seus anjos, não para os seres humanos, pois Jesus já recebeu a punição em nosso lugar. As pessoas só sofrerão o juízo se tiverem rejeitado o amor de Deus e ficado do lado do inimigo. Para ter um campo de força protetor e não receber a ira divina, a única coisa a fazer é crer em Jesus e amá-lo de todo o coração.

Góticos


Deus mandou a luz ao mundo, mas as pessoas preferiram a escuridão porque fazem o que é mau. João 3:18
É possível que você já tenha visto por aí pessoas que se vestem com roupas pretas, com os olhos maquiados em cores escuras e pele pálida. Se o visual já é de dar medo, pior são os hábitos de alguns deles, como visitar cemitérios à noite. São os góticos.
Em realidade, o termo gótico diz respeito a um povo bárbaro chamado de godos. Na Antiguidade, esse pessoal vivia às margens da Europa e aterrorizava o velho continente com suas invasões.
Na Idade Média, a Igreja Católica começou a construir catedrais bem diferentes, ornamentadas com esculturas de monstros e outras coisas sinistras. Por essas características amedrontadoras, a arquitetura do período foi conhecida como gótica.
De lá para cá, esse termo é usado para se referir a coisas estranhas, sombrias, assustadoras, fantasmagóricas e macabras. Por isso, foi aplicado a jovens que gostam de ouvir música punk e se vestir de preto.
O apóstolo João se refere a um grupo que também poderia ser definido como gótico. Trata-se daqueles que rejeitam a luz da verdade e se apegam às trevas do pecado que predominam no mundo.
Jesus veio a este planeta para iluminar a escuridão que a iniquidade trouxe. Com seus ensinos e exemplo de amor, Ele clareou com esperança o futuro da humanidade, que estava condenada a sofrer as consequências terríveis do pecado.
No entanto, a Bíblia diz que Jesus “veio para o que era seu, mas os seus não o receberam” (João 1:11, NVI). Rejeitar a luz e goticamente amar as trevas do pecado significa optar pelo erro e não querer dar ouvidos à verdade.
Em que tipo de atividade você gasta mais tempo? Que tipo de coisas de fato lhe dão prazer? Estudar a Bíblia, ir à igreja, ajudar as pessoas, etc.? Ou ler livros impróprios, ir a baladas e buscar somente a própria satisfação? As respostas às perguntas acima vão ajudá-lo a perceber qual é sua condição espiritual hoje.
Deixe a escuridão e exponha-se à luz de Deus, que está brilhando sobre você neste dia. Abra as janelas de seu coração para Ele e rejeite as trevas do pecado. Se fizer assim, você estará se preparando para vestir roupas brancas por toda a eternidade quando terá seu rosto corado por Jesus, o Sol da justiça.

Primeiro vem a coroa – II

A sua fé salvou você. Vá em paz. Lucas 7:50
Eu ainda estava lutando contra a força da água, mas estava em paz com Deus. Cheguei a dizer naquele momento: “Senhor, se Tu quiseres, posso morrer aqui. Estou salvo!” Felizmente, percebi que os planos de Deus eram maiores. Naquele dia, o Senhor estava me confiando uma missão, a qual eu cumpriria com muita gratidão e alegria.
Ficou claro para mim que havia muitos jovens na mesma situação em que eu vivia. Portanto, eu precisava sair dali e contar a eles a boa-nova de que Deus é amoroso e que conta com a juventude para o cumprimento da missão. Eu disse para Deus: “Senhor, estou satisfeito com o perdão que recebi aqui, mas se eu sair dessa situação, ficará evidente que Tu desejas que eu te sirva integralmente.” Naquele momento, tomei a decisão de ser pastor.
Havia um rapaz pescando em cima de uma pedra. Ele viu minha luta, correu até um local em que havia uma prancha e nadou em minha direção. A água estava tão violenta naquela tarde que, mesmo apoiados naquela prancha e com a experiência de surfista que ele tinha, demoramos um bom tempo para chegar à areia da praia.
Um grupo de bons nadadores também entrou no mar para salvar os demais que estavam se afogando, incluindo meu irmão. Graças a Deus, todos fomos tirados da água. No entanto, uma morte havia acontecido. Eu havia morrido para o pecado e ressuscitado para uma vida nova vida em Cristo. Aconteceu comigo e pode acontecer com você.
Por isso, caso se sinta desestimulado ou mesmo indigno para a grande missão que Deus compartilha com você, creia que a cruz do Calvário foi erguida para salvá-lo da condenação do pecado e que existe provisão de paz e amor que emanam de Jesus para você, agora, se desejar.
Saiba que um dos propósitos do inimigo ao tentar desviar você de Deus é anular seu potencial missionário. Porém, não importa o quanto você tenha andado distante nem em que situação esteja agora. Não há limites para a graça divina. Sinta-se perdoado!
Esse episódio ajudou-me a corrigir o antigo ditado que eu ouvia em minha infância: “Só vai entrar no Céu quem tiver pelo menos uma estrela na coroa.” Entendi que, antes de ter estrelas, é necessário ter uma coroa, que é um símbolo glorioso da salvação, conquistada não por méritos humanos, mas pela maravilhosa graça de Cristo.

Primeiro vem a coroa – I

Que homem é esse que até perdoa pecados? Lucas 7:49
Em minha infância, eu ouvia na igreja uma frase que me incomodava: “Só vai entrar no Céu quem tiver uma estrela na coroa.” Isso significava que cada pessoa batizada era uma estrela na coroa de quem a havia levado ao batismo. Esse fato me deixava preocupado, principalmente porque os anos estavam se passando, e eu ainda não tinha sequer uma estrela! Assim, isso era uma séria evidência de que eu não iria para o Céu.
A adolescência e a juventude chegaram. E essa tentativa de me esforçar com o propósito de alcançar méritos diante de Deus me deixava cada vez mais exausto na corrida rumo à salvação. Porém, a minha realidade espiritual passava longe da evangelização. Acumulava entulhos de pecados e culpa, que me afastavam ainda mais do ideal de Deus para mim.
Por isso, eu me esquivava dos convites para falar nos cultos, tocar piano e nem me imaginava participando em alguma atividade missionária. Um vazio do tamanho do mundo me machucava por dentro. A religião que até então eu conhecia não dava conta de resolver meu problema. A situação mudou em minha vida por conta de um fato extremo, quando eu tinha 19 anos.
Minha família e eu estávamos passando um domingo na praia, em Guarapari, ES, em um local em que o mar é muito tranquilo. Após brincar com meu irmão mais novo, entramos na água para nos refrescar. Estávamos com a água à altura do peito, quando, de repente, o mar passou a nos puxar fortemente. Comecei a me debater, mas, a cada esforço, eu era lançado para mais longe da praia.
Enquanto em desespero tentava me salvar, o filme da minha vida começou a passar em minha mente. Era um filme de terror, pois o foco de meus pensamentos estava nos meus erros. A voz acusatória de Satanás falava alto aos meus ouvidos dizendo que, além de perder a vida, eu morreria sem salvação. O desespero tinha tomado conta de mim. Estava me debatendo física e espiritualmente; eu ofegava por salvação, em todos os sentidos dessa palavra. Porém, o Espírito Santo não me abandonou.
Louvo a Deus porque, naquela tarde, a voz do Senhor silenciou as acusações do inimigo. Pela primeira vez senti o fardo pesado sair de meus ombros. Experimentei a maravilhosa graça de Deus preencher minha vida e substituir a culpa, trazendo o perdão de que tanto necessitava. O Deus da segunda chance se revelou para mim. E Ele deseja fazer o mesmo com você hoje

A resposta do amor

Eu afirmo a você, então, que o grande amor que ela mostrou prova que seus muitos pecados já foram perdoados. Mas onde pouco é perdoado, pouco amor é mostrado. Lucas 7:47
Trabalhei como professor durante dez anos. Houve épocas em que dava aulas nos três turnos. Nesses períodos, quando chegava em casa, à noite, a única coisa que eu queria era tomar um banho e dormir. Deitado, “ouvia vozes” do tipo: “Professor, me dá um ponto!”, “Corrige de novo minha prova…”
Nessa situação, um dia, ouvi uma voz familiar, vinda do travesseiro vizinho como se fosse em slow motion: “Amor, estou com uma sede…” Eu já havia aprendido uma coisa crucial sobre as mulheres: elas nunca falam exatamente o que querem. Apenas dão pistas. Por exemplo, pense em um homem passeando de carro com a esposa e a ouve dizer: “Água de coco…” Embora não tenha dito, o que ela quer mesmo é que ele pare o carro rapidamente e traga a água de coco! Ele que não faça isso para ver…
Voltando à “voz do travesseiro vizinho”, eu sabia o que minha esposa queria. Então, levantei fui até o galão de água e trouxe um copo para ela. Seu sorriso era minha motivação. Vendo sua felicidade e lembrando do que ela significa para mim, falei, com a mão esquerda para trás como um garçom, cujo salário era amor: “Quer que eu faça um suco também, querida?” Um dia, depois de relatar isso numa igreja, uma senhora disse à minha esposa: “Irmã, tenha pena do pastor, leve um copo de água e coloque do lado da cama!”
Resolvi contar essa história simples, mas significativa para mim, a fim de evidenciar o que é o amor e como ele se manifesta, inclusive nas pequenas coisas da vida. Quando amamos alguém, não encontramos limites para demonstrar o que sentimos. É assim também com Jesus.
Como anda seu índice de amor em relação a Deus? A obediência que Ele aceita só pode ser fruto de amor verdadeiro. E não se esqueça: precisamos amar a Deus sobre todas as coisas. Isso significa que Ele precisa ser mais importante para nós do que nossos pais, filhos, amigos, vontades e hábitos; enfim, nada pode ser maior do que Ele em nossa vida. Quando você ama assim, está disposto a abrir mão de qualquer coisa para colocar um sorriso nos lábios de Deus.
O grande desafio da vida cristã é ter o Senhor sentado no trono do coração. Neste dia, recomendo que a sua oração seja: “Pai, ensina-me a amar-te acima de tudo na vida! Que eu esteja disposto a renunciar a qualquer coisa por ti e que faça isso com o coração transbordando em amor, amor que vem de ti!”

A dívida

Um deles devia quinhentas moedas de prata, e o outro, cinquenta […]. Então ele perdoou a dívida de cada um. Qual deles vai amá-lo mais? Lucas 7:41, 42
A vida seguia para Maria, e as expectativas quanto ao futuro não pareciam tão ruins. Porém, seu tio, Simão a induziu ao pecado e trouxe sobre a vida dela um prejuízo enorme (O Desejado de Todas as Nações, p. 566). Ferida, desamparada e se sentindo culpada, se viu sem futuro. Desesperada, fugiu de casa. Prostitui-se de cidade em cidade até se estabelecer em um lugarejo chamado Magdala. Ali passou a ser conhecida como Maria de Magdala ou Maria Madalena.
Nas viagens de Jesus, ele a encontrou pelo menos sete vezes. Sentindo-se perdida, culpada e carregando um fardo mais pesado que o mundo, ela enxergou nele um fio de esperança. Jesus a abençoou, mas, pelas circunstâncias da vida, ela caiu mais seis vezes. Finalmente ela foi liberta da prostituição.
A situação de Maria reflete o que vive muita gente hoje em dia. Vítimas de violências cruéis na infância, muitas pessoas entregam-se ao pecado por imaginar que não há mais esperança. Afundam-se no lodo da impiedade porque alguém lá no passado violou a porta de seu coração e a escancarou para a dor, a culpa e a mágoa. O resultado: pecado e mais pecado como fuga para tentar esquecer a tragédia da vida. Sempre há, porém, a esperança do encontro libertador com Jesus. Ele chega, nos solta das algemas do passado e nos coloca no rumo da felicidade.
Maria era ex-prostituta, levada ao pecado por conta de uma violência sofrida; Simão induzira uma jovem ao pecado e se comportava como um hipócrita. Qual dos dois você acha que tinha a dívida maior com Deus? A resposta parece óbvia. Jesus disse: “O grande amor dela que ela mostrou prova que seus muitos pecados já foram perdoados. Mas onde pouco é perdoado, pouco amor é mostrado” (Lucas 7:47). Simão induzira uma moça ao pecado, mas achava que não precisava de perdão; Maria era uma vítima pecadora, mas o perdão era tudo o que queria.
Como você está atualmente? Sente-se uma vítima de um passado cruel ou mesmo de um presente desesperador? Creia que Jesus pode libertar você! Quebre o silêncio! Fale com Deus e com alguém. Você está consciente do tamanho do perdão e libertação que Deus está lhe oferecendo? Se isso é verdade, faça como Maria. Seja extravagante em demonstrar seu amor a Jesus!

terça-feira, 9 de maio de 2017

Perfume


Então pegou um frasco feito de alabastro, cheio de perfume, e ficou aos pés de Jesus, por trás. Ela chorava e as suas lágrimas molhavam os pés dele. Então ela os enxugou com os seus próprios cabelos. Ela beijava os pés de Jesus e derramava o perfume neles. Lucas 7:37, 38
Nos tempos bíblicos, os banquetes eram reuniões públicas em que as pessoas da comunidade poderiam presenciar a conversa entre o anfitrião e os convidados. Foi assim que ela apareceu ali. Soubera que Jesus estaria na casa de Simão e se preparou para honrá-lo. Foi ao perfumista e pediu a fragrância mais cara. “São 300 denários”, disse o atendente desconfiando que a mulher com roupas simples não teria condições pagar aquele preço. “Eu economizei um ano inteiro e aqui está o dinheiro. Preciso presentear uma pessoa especial.”
Ex-prostituta, malfalada e excluída, Maria entrou na sala tentando não chamar a atenção. Desejava demonstrar publicamente todo seu amor por alguém que havia salvado sua vida. Sete vezes o Senhor a tinha perdoado e libertado. Entendendo que Ele era a única esperança de sua vida e com o coração cheio de amor e gratidão, Maria resolveu enfrentar o preconceito e a opinião pública.
De repente, uma fragrância maravilhosa encheu todo o ambiente. “Isso é nardo puro”, avaliou um nariz mais requintado. As pessoas começavam a procurar de onde estava vindo aquele perfume, até que contemplaram uma cena linda. A mulher, em lágrimas, estava jogada aos pés de Jesus. Ela havia quebrado um vaso de alabastro. Com lágrimas, lavava os pés do Senhor; com os cabelos, ela os enxugava; e com nardo, perfumava.
O contraste estava evidente. Enquanto o anfitrião do banquete nem havia cumprimentado Jesus como o costume da época – beijo no rosto para os iguais, na mão para os superiores e nos pés para os reis – a mulher não cansava de beijar os pés do Senhor. Enquanto o anfitrião não havia pedido sequer que um servo lavasse os pés de Jesus, ela o molhava com as próprias lágrimas e os enxugava com os cabelos, contrariando o costume da época, segundo o qual as mulheres não podiam mostrar em público suas madeixas. Maria foi extravagante: honrou Jesus com tudo o que era e tinha.
E você? Como tem tratado a Jesus? É seu hóspede de honra ou você não dá a mínima para Ele? Maria não teve nenhum pudor em demonstrar o quanto Jesus significava para ela. O perfume caro que você deve oferecer a Jesus hoje é sua obediência completa por amor e sua disposição de ir aonde Ele mandar.

Convite


Um fariseu convidou Jesus para jantar. Jesus foi até a casa dele e sentou-se para comer. Lucas 7:36
“Seja bem-vindo! Fica à vontade, mas não mexe em nada.” Essa foi a frase que ouvi de meu amigo na primeira vez que o visitei. Era só brincadeira, mas depois fiquei pensando que é assim que fazemos com um certo convidado especial. Gosto de definir Jesus como um hóspede inconveniente. Ele não é do tipo que vai ao nosso lar e fica sentado num canto, quietinho, esperando sua oportunidade para falar. Quando chega à casa de nossa vida, Ele faz uma revolução!
Durante o período em que eu e minha esposa moramos na Bahia, tivemos uma ajudante muito querida em nossa casa. Nós saíamos cedo e voltávamos à noite e, em alguns dias, ao retornar, éramos surpreendidos com as mudanças que ela fazia na posição de nossos poucos móveis. O sofá estava no lado oposto ao que tínhamos deixado; a estante, fora do lugar; e a cama, enviesada. Depois do susto, geralmente nos acostumávamos com as alterações.
Como a Edinalva fazia, o Senhor entra na casa de nossa vida para trocar as coisas de lugar, trazer novos itens e jogar fora o que não presta. Ele chega para mudar nosso pensamento e comportamento. As roupas que usávamos antes não servem mais, a comida que comíamos se torna imprópria, o lazer, as amizades, os filmes, tudo precisa ser diferente. “Essa vaidade que você usa para enfeitar a sala de estar de sua vida está, na verdade, a enfeando. Vamos jogá-la fora.” “Mas Jesus…”, você reluta, para depois se convencer de que Ele sempre está certo. Ele vai fazendo coisas desse tipo até deixar a casa de nosso coração limpa e enfeitada com amor e santidade.
O problema de muita gente que convida Jesus é pensar que Ele é um hóspede qualquer. Por isso, não lhe dão a honra que merece. Até querem Jesus em sua casa, mas não aceitam o que Ele quer fazer. Foi mais ou menos assim que o anfitrião de Jesus no texto de hoje se comportou. Achou que estava fazendo o máximo ao convidar o Senhor para um banquete, mas o tratou como um hóspede a mais. Jesus não pode aceitar esse tipo de tratamento. Ou Ele é o Senhor, ou não é mais nada!
Se você quer Jesus como hóspede, seu convite deve ser como o refrão de uma música evangélica de sucesso: “Entra na minha casa, entra na minha vida, mexe com minha estrutura, sara todas as feridas. Me ensina a ter santidade, quero amar somente a ti, pois o Senhor é meu bem maior, faz um milagre em mim.”

Nosso representante

Eu digo a vocês que de todos os homens que já nasceram João é o maior. Lucas 7:28
Algumas das hashtags mais badaladas na internet nos últimos anos no contexto político foram: #Merepresenta #Nãomerepresenta. Milhares de pessoas hiperlinkaram suas ideias, críticas e apoios, usando essas tags e ajudando a disseminar posicionamentos políticos. Se Cristo tivesse escrito o versículo de hoje no Twitter, sua declaração poderia figurar nos trending topics do microblog com hashtag: #homemmaisimportante.
Então, o que fez de João “o cara”, segundo o ponto de vista de Jesus? A resposta é simples. Ele recebeu a mais importante missão dada a um homem: preparar o caminho para a primeira vindo do Filho de Deus.
E não é só isso. João cumpriu fielmente essa missão. Assim, temos o seguinte quadro: uma pessoa que recebe a mais importante missão da vida e a executa perfeitamente. A soma desses fatores dá o seguinte resultado: homem mais importante que existiu. E ele era de carne e osso como você.
Se está achando que esse é um privilégio exclusivo do profeta do Jordão, você está enganado. Veja o que diz Ellen White: “Preparando o caminho para o primeiro advento de Cristo, [João] era representante dos que preparam um povo para a segunda vinda de nosso Senhor” (O Desejado de Todas as Nações, p. 101). Em outras palavras, a missão que Deus nos confiou tem o mesmo grau de importância da que foi confiada a João.
Logo, nós também poderemos ser considerados grandes para Deus se assumirmos a missão de João Batista em nossos dias e cumprirmos com fidelidade nossa obra.
João não tinha medo nem preguiça de dar sua mensagem. Ele era direto e condenava abertamente o pecado. É assim que temos que ser.
O resultado de sua pregação foi: “Então, saíam a ter com ele Jerusalém, toda a Judeia e toda a circunvizinhança do Jordão; e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados” (Mateus 3:5, 6, ARA). Milhares de pessoas foram atraídas ao simples profeta do deserto porque ele estava cheio do Espírito Santo e fazendo exatamente o que Deus esperava dele. Se seguirmos essa cartilha, também seremos bem-sucedidos em nossa missão, e o mundo verá Jesus em nós.
Precisamos assumir o trabalho que Deus nos confiou e enfrentar os desafios com coragem e fé. João é nosso modelo. Se o imitarmos, nossa mensagem e, sobretudo, nossa vida darão ao mundo o recado de Deus. #Elemerepresenta, #Joaofoiomaiornostambempodemos!

Dúvida


O Senhor é aquele que ia chegar ou devemos esperar outro? Lucas 7:19
Encerrado no cárcere, João Batista foi visitado pela dúvida. Ele havia trabalhado para preparar as pessoas para a chegada de Jesus e, por sua disposição de falar a verdade e condenar o pecado, havia sido preso pelo ímpio Herodes.
João havia acreditado que Jesus era o Messias. Porém, como a maior parte das pessoas de seu tempo, para ele, Cristo estabeleceria um reino material em Jerusalém, livraria o povo do domínio romano e fundaria um governo de justiça e paz.
O fato de permanecer preso, e Jesus ficar aparentemente indiferente a isso, levou João a se questionar se Cristo era de fato o Messias que tanto aguardara. Preso, solitário e assaltado pelo desânimo, ele não entendia a postura de Jesus.
Por isso, João enviou duas pessoas com a pergunta: “O Senhor é aquele que ia chegar ou devemos esperar outro?” A resposta de Cristo foi um forte sim, em forma de testemunho a respeito de sua obra. Ele deixou claro que estava fazendo o que se esperava do Messias.
A vida cristã às vezes é assombrada por dúvidas. Quando o sofrimento chega, é comum fazer alguns questionamentos: “Onde está Deus?” e “Por que, Senhor?” Acreditamos que pelo fato de sermos cristãos temos que ser livrados de todo o tipo de mal que ocorre no mundo.
Entretanto, as coisas não são bem assim. Vivemos no meio de um grande conflito entre Deus e Satanás. Às vezes, somos atingidos com as faíscas desse embate violento. Jesus guerreia para declarar sua justiça e evidenciar as mentiras do inimigo. O diabo joga sujo com maldade e violência. Ataca-nos para ferir o coração de Jesus e para colocar dúvidas em nós a respeito do amor e do poder de Deus.
Nós e João Batista não estamos sozinhos na dúvida. No passado, o profeta Elias, por exemplo, passou por uma situação semelhante. Escondeu-se em uma caverna ao fugir da furiosa Jezabel e, antes disso, chegou até a pedir a morte, imaginando que estivesse sozinho. Foi no momento mais escuro da vida de seu servo que Deus esteve mais próximo para tirar as dúvidas que o atormentavam. Foi assim também com João Batista. E é assim também conosco.
Quando você estiver passando por dificuldades que o façam duvidar do amor de Deus, recorra ao Senhor, com fé e oração. Ele estará bem ao seu lado. Nesse momento, você sentirá, de modo muito claro, o grande amor de Deus. Não tenha dúvida disso!

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Poderes devolvidos

Sentou-se o que estivera morto e passou a falar; e Jesus o restituiu a sua mãe. Lucas 7:15, ARA
Clark Kent apaixona-se por Lois Lane e resolve se casar com ela. Para fazer isso, porém, abre mão definitivamente de seus superpoderes e se torna uma pessoa normal. O casal de pombinhos está muito feliz em uma lanchonete quando um bandido mexe com Lois e provoca Clark. O ex-Superman, sem a força de antes, leva uma surra do grandalhão e começa a se dar conta de que perdera algo muito importante.
No mesmo período, supervilões interplanetários invadem a Terra, sem que ninguém possa impedi-los. Clark entende o erro de sua escolha e percebe que a perda de seus poderes tirou o sentido de sua existência. O problema é resolvido quando, milagrosamente, seus poderes lhe são devolvidos, e, assim, ele pode voltar a salvar o planeta.
O mundo está cheio de ex-super boys e ex-super girls que perderam a força. Gente com um futuro brilhante pela frente que, em algum momento, resolve respirar outros ares e abrir mão de tesouros da vida. Jogam no lixo a força da pureza e até da saúde em “viagens” a um mundo novo, minado pela “kriptonita” do pecado e suas terríveis consequências.
Outros perdem tesouros na vida, vítimas da maldade de vilões de carne e osso. Sofrem violência sexual e perdem a inocência nas mãos de gente má e doente. Há quem perca o brilho nos olhos por conta de sonhos que se vão como água no ralo. Famílias desfeitas e filhos sem rumo, gente que perde o emprego e a esperança, pessoas que ficam sem saúde física e emocional são apenas uma pequena amostra da realidade das perdas da vida.
O versículo de hoje fala de uma mulher que havia perdido tudo. Seu único filho, a última esperança que lhe restara, estava morto, sendo carregado em uma maca, conforme o costume da época. No entanto, Jesus mudou o que seria o final trágico dessa história. Ele ressuscitou o menino e o devolveu à sua mãe. Restituiu a vida e a esperança daquela família.
Essa é a especialidade de Deus. Hoje, Ele deseja lhe devolver os “superpoderes” que a vida tirou. Receba de volta o amor, o perdão, a pureza e a nova oportunidade que farão de você mais uma vez um “super-herói” nas mãos de Jesus.

Je suis Jesus

Ao vê-la, o Senhor se compadeceu dela e disse: “Não chore”. Lucas 7:13, NVI
Je suis Charlie.” Com essa frase, que significa “somos Charlie”, milhares de pessoas no mundo inteiro se solidarizaram com as vítimas de um massacre no jornal satírico francês Charlie Hebdo, em janeiro de 2015.
Em geral, assumimos esse tipo de postura diante da tragédia alheia. Essa atitude  é resultado de um sentimento nobre que Deus colocou em nosso coração: a empatia, que é sinônimo de compaixão. Essa é a característica de quem consegue se colocar no lugar do outro, especialmente diante do sofrimento.
A empatia ocorre quando percebemos que a dor de alguém é semelhante à que experimentamos e quando entendemos que também somos vulneráveis a passar por algo parecido. Isso ajuda a explicar as lágrimas que derramamos em velórios, por exemplo. Além da saudade do ente querido, choramos diante da morte, também porque sabemos que esse é o destino de todo ser humano, inclusive o nosso.
O versículo de hoje retrata Jesus manifestando empatia em relação a uma viúva que estava chorando por conta da morte de seu filho único. Em outras palavras, Ele se colocou no lugar da pobre mulher e sentiu o que ela estava sentindo.
Saber que o Senhor do universo entende nossas lutas traz conforto e esperança. O livro de Hebreus reforça essa verdade: “Não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado” (Hebreus 4:15, NVI).
Esse é o segredo da empatia de Jesus. Ele pode se colocar em nosso lugar porque experimentou tudo o que o experimentamos, com o diferencial de nunca ter cometido nenhum pecado.
Qual era, porém, o ponto específico de identificação entre Jesus e a viúva do texto de hoje? A mulher estava perdendo tudo o que era mais importante na vida. Ela não tinha mais seu marido e estava a caminho do cemitério para sepultar o filho e a esperança. Jesus sabe exatamente o que isso significa.
Seus filhos queridos, os seres humanos, um dia foram raptados pelo inimigo e passaram a vagar pelo mundo como mortos-vivos por conta do pecado. Isso partiu o coração de Deus. Com sua morte na cruz, Jesus pagou o preço de nosso resgate, para nos ter de volta. É como se nele a Trindade estivesse dizendo Je suis ser humano. A única resposta que podemos dar a esse amor é dizer: Je suis Jesus.

Liberdade e ressurreição

Chegando-se, tocou o esquife e, parando os que o conduziam, disse: Jovem, Eu te mando: levanta-te! Lucas 7:14, ARA
A teia da aranha havia cumprido seu propósito: uma formiga de tamanho médio estava toda enroscada em sua trama. Quanto mais se debatia, mais presa a pobrezinha ficava na armadilha. Os fios entrelaçados eram como braços que seguravam a formiga e preparavam o indefeso inseto para ser o jantar do aracnídeo.
Minha filha, com três anos na época, viu a cena e ficou impressionada. Tive, então, a ideia de fazermos juntos o resgate. Com um palito de dente, livramos o corpo da formiga da teia mortal da aranha. Ao viver essa simples experiência com minha menina, foi inevitável pensar na situação espiritual de muitos jovens.
Pressionados por más companhias, meninos e meninas experimentam o que não devem, como bebidas, drogas e promiscuidade. Na ilusão de provar que não são mais crianças ou até por acreditarem que essas coisas possam trazer alguma felicidade, eles se deixam seduzir pelas máscaras de prazer que escondem tristeza, decepção e tragédia. Acabam aprisionados na teia dos vícios e das consequências das escolhas erradas que fazem.
O versículo de hoje menciona pessoas conduzindo um jovem morto para o buraco em que seria enterrado. Eles representam o tipo de gente que leva outros para os buracos da vida. Falsos amigos, que, na verdade, são fios de uma teia diabólica, tecem a tramam do pecado na qual meninos e meninas perdem a liberdade de sua inocência.
Entretanto, o texto diz que o Senhor parou as pessoas que estavam conduzindo o rapaz para o enterro. Isso é maravilhoso! Jesus tem poder de parar a procissão de morte que o pecado traz para a vida humana.
É isso que Ele quer fazer com quem está se sentindo perdido e sem força para se desvencilhar da teia de “amigos” e hábitos pecaminosos que estão, dia a dia, empurrando-o buraco abaixo.
O texto diz também que, além de frear os carregadores do caixão, o Senhor pronunciou uma frase que ecoa hoje no ouvido de alguém que se sinta sem força para lutar: “Jovem, Eu te mando: levanta-te!” A voz de Jesus tem poder de invadir o caos da morte espiritual e reavivar qualquer pessoa.
As teias do pecado não poderão continuar entrelaçadas em sua vida se você permitir que Jesus impeça seu enterro espiritual. Ouça-o ordenar sua salvação e levante-se para um viver livre e feliz.

A tecnologia de Deus

O sábado foi feito para servir as pessoas, e não as pessoas para servirem o sábado. Marcos 2:27
“O celular foi feito para servir às pessoas, e não as pessoas para servirem ao celular.” É possível que você conheça alguém que não desgruda do smartphone, deixa de comer, de interagir com a família e vive isolado no mundo virtual.
A coisa é tão séria que virou doença: nomofobia. Essa palavra diferente é a abreviação de no-mobile, mais o termo fobiaisto é, medo de ficar sem celular. Palpitações, sensação de angústia e ansiedade são alguns dos sintomas dos viciados. Além disso, o uso desregrado do “bendito” aparelho pode atrapalhar os estudos, trabalho e relacionamentos. Criado como uma incrível ferramenta de comunicação e informação; para muitas pessoas, o smartphone se tornou um vício escravizante.
Não é de agora que o ser humano inverte a ordem das coisas. Deus criou uma maravilhosa “tecnologia” chamada sábado. Ele desenvolveu o “hardware”, que é o sétimo dia, e o “software”, que é o conceito de descanso semanal. Com essa incrível “ferramenta”, o ser humano pode se relacionar melhor com o Criador, estar mais próximo da família e desfrutar as belezas da natureza.
No tempo de Jesus, os líderes religiosos estavam como que doentes e viciados na guarda legalista do sábado. Em vez de se alegrarem nesse dia e o usarem para abençoar os outros, eles faziam o sétimo dia virar um peso terrível para eles e para os demais.
Só para você ter ideia, eles não cuspiam no sábado, porque acreditavam que, com isso, estavam regando a terra ou fazendo barro, que poderia virar tijolo. Não tomavam banho e só andavam a distância de um tiro de pedra. O sábado, que foi feito para abençoar, tornou-se uma maldição para essas pessoas.
No entanto, no versículo de hoje, Jesus confirma que o sábado foi criado por Deus e dado à humanidade como uma bênção. O uso errado que os fariseus faziam desse dia não invalida a verdade de que recebemos esse presente do Criador e de que precisamos usufruir essa bênção.
O sábado não é de uma nação ou igreja específicas. Ele foi feito para a humanidade. A cada semana, esse dia maravilhoso abre um portal de bênçãos para todos que creem em Jesus e obedecem a seus mandamentos. Permita, então, que essas 24 horas sagradas o sirvam e encham sua vida de beleza, paz e alegria.

Improvável


Eu afirmo a vocês que nunca vi tanta fé, nem mesmo entre o povo de Israel! Lucas 7:9
Uma senhora com 47 anos, desempregada e fora dos padrões de beleza, sobe no palco de um programa de calouros na Inglaterra e é recebida com muita descrença pelos jurados e plateia. As pessoas se preparam para uma sessão de riso e escárnio. Esse é o início da história de sucesso da improvável Susan Boyle.
Tudo muda de figura quando ela abre a boca para cantar. Logo nas primeiras notas, o silêncio do auditório se torna em aclamação geral. As pessoas pareciam não acreditar que aquela mulher simples do interior da Escócia poderia ter um talento tão extraordinário.
Após a apresentação, assim como o auditório, o rigoroso júri a aplaudia em pé e dava a Susan “o maior sim” que um participante daquele programa havia recebido. Naquela noite, o improvável aconteceu.
Essa história me faz lembrar de um misterioso oficial romano que ousou acreditar que Jesus poderia curar seu empregado. A fé daquele oficial era improvável. Primeiramente, porque ele era romano, portanto, visto como alguém que estava fora da aliança entre Deus e o povo escolhido. Em segundo lugar, o pedido daquele homem não era para si, mas para um servo. O desejo de um homem importante em ver seu escravo curado de uma enfermidade soa como algo incrível.
Em terceiro lugar, o homem, que era uma autoridade, não se considerava digno de receber Cristo em sua casa. Porém, o fato de ele saber que Jesus era o Filho de Deus fez com que entendesse sua condição e agisse com uma humildade improvável para alguém em sua posição. Para ele, estava claro que Jesus era divino. Pouquíssimos judeus chegaram perto dessa compreensão.
Em resumo, esse oficial nos ensina que todos somos filhos de Deus, independentemente de nossa religião, etnia e classe social. Não importa o passado nem as nossas aparentes impossibilidades. Se nos dirigirmos para Deus, Ele estará disposto a nos abençoar.
Se você tem se sentido um improvável por conta de seus pecados e fracassos, ouse crer no poder do amor de Jesus. Quando sua boca for aberta para expressar a fé que vem do coração, isso soará como uma linda melodia no palco da vida, e o mais rigoroso júri do universo lhe dará “o maior sim” que você já recebeu.

domingo, 30 de abril de 2017

Upgrade


Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento. Lucas 5:32, NVI
Na informática, as atualizações de software hardware são chamadas de upgrade. Esse procedimento é utilizado quando determinados programas ou aparelhos ficam inadequados para rodar novas funções e tornam necessário o aprimoramento do produto. Expansão de memória, troca de placas, atualizações de aplicativos, entre outras coisas, fazem parte desse processo.
No versículo de hoje, a raiz da palavra grega traduzida como “arrependimento” (metanoia) tem o sentido básico de “expansão da mente”. Arrepender-se, portanto, assemelha-se a um upgrade na consciência humana.
Isso fica ainda mais evidente se levarmos em consideração, por exemplo, o contexto em que Jesus usou o verbo “arrepender-se” em Mateus 4:17: “Arrependam-­se dos seus pecados porque o Reino do Céu está perto!”
Esse texto sugere que a chegada do reino de Deus requer a ampliação de nossa compreensão para que os princípios celestiais sejam instalados.
Assim, fica claro que a mente humana não está naturalmente adaptada para viver no contexto do governo de Jesus. É preciso que ocorra o upgrade do arrependimento em nossos “hardware e “software”, preparando-nos para rodar o programa da vida eterna.
Com essa expansão de consciência, surge o conhecimento, convencimento, tristeza e abandono do pecado. Além disso, a mente passa a assimilar a forma como Deus pensa. O princípio do amor assume grande espaço no novo HD do coração, e a “memória” se expande também para a paz, alegria, bondade, mansidão e o domínio próprio.
Nesse sentido, o upgrade do arrependimento é uma ruptura com a antiga forma de viver e uma adaptação ao estilo de vida celestial. O versículo de hoje, porém, revela que só pode passar por esse processo quem se considera pecador. Pessoas que se acham perfeitas não permitem a reconfiguração do Espírito Santo.
O sistema operacional do Céu é pesado demais para a máquina pecaminosa do coração humano. Por isso, deixe que Jesus remodele seu ser, expanda sua maneira de enxergar a vida e delete as características negativas do pecado. Com esse upgrade, você estará preparado para rodar o software da salvação.

Amor


Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. João 3:16, ARA
Lembro-me como se fosse hoje do dia em que minha filha nasceu. Fui dar uma volta no calçadão da praia, e o sentimento que invadia meu coração era de que eu havia me tornado um homem milionário. Deus havia depositado no “banco” de minha vida a maior riqueza que alguém pode receber. Na maternidade, recordo do momento em que deitei aquele serzinho sobre meu peito e a abracei. Senti como se ela correspondesse ao meu gesto de amor. Inesquecível!
Naquele dia, entendi o que significa o amor que é capaz de morrer por outra pessoa. Por outro lado, uma pergunta se fortaleceu em mim: Que amor é esse que fez Deus entregar seu bem mais precioso, seu único Filho, para salvar a humanidade?
A pessoa que simbolizou melhor essa decisão divina foi Abraão. O patriarca recebeu a estranha ordem de sacrificar o filho, e uma angústia intensa o invadiu. Ele obedeceu ao Senhor, mas o preço era alto demais. Sabemos que o sacrifício não se executou, porque Deus queria apenas evidenciar o amor de Abraão e usá-lo como demonstração do que faria no futuro.
Como, nesse caso, Abraão representava Deus, fica claro, então, o tipo de sentimento que reinava no coração do Pai ao entregar seu Filho. Só uma coisa poderia motivá-lo a fazer o que fez: um amor extravagante e sem limite pela humanidade. João 3:16 é sobre isso.
Esse belíssimo texto também apresenta outro componente importante no cenário da salvação: a justiça de Deus. O salário do pecado é a morte (Romanos 6:23). Logo, a justiça divina exigia que toda a humanidade morresse eternamente. Para que isso não acontecesse, porém, Deus fez uma troca. Seu Filho recebeu o castigo que a humanidade deveria receber, e a humanidade recebeu o tratamento que seu Filho merecia. Assim, a justiça estava feita; o castigo, dado; e a salvação, garantida.
Esse incrível amor, porém, não força a entrada da porta do coração de ninguém. É por isso que João 3:16 também apresenta uma condição: a fé. Crer no sacrifício de Jesus desvia a justa ira de Deus e protege o crente da condenação.
Eu poderia dar a minha vida para salvar a da minha filha, mas jamais daria a vida dela por alguém. Deus mostrou um amor descomunal por nós ao nos dar seu único Filho. A pergunta que fica é: Como vamos responder a tanto amor?

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Vento


O vento sopra onde quer, e ouve-se o barulho que ele faz, mas não se sabe de onde ele vem, nem para onde vai. A mesma coisa acontece com todos os que nascem do Espírito. João 3:8
Resultado da troca de posição entre o ar quente e o ar frio, o vento é uma grande força da natureza. Ao longo das eras, o ser humano tem usado essa fonte de energia de diferentes formas. O barco a vela, responsável por grande parte do transporte da humanidade na Idade Antiga e Média, teve no vento seu motor. As grandes navegações e a expansão marítima devem ao vento seu sucesso.
Desde a Antiguidade também, o cata-vento tem sido utilizado para moer grãos, bombear água, além de outras coisas muito úteis para a humanidade. Com as tecnologias da modernidade, o homem viu no vento a possibilidade de gerar, inclusive, energia elétrica.
Mesmo sem ter um corpo físico definido e sem poder ser visto, a presença do vento sempre é percebida, seus resultados são evidentes e sua ausência sentida.
O barco a vela, o moinho e os modernos parques eólicos dependem de que o vento sopre sobre eles para que haja energia. Eles não produzem o vento, mas sofrem a influência dele, e, assim, os resultados aparecem.
A mesma coisa acontece com o ser humano em busca de salvação. Tudo o que somos e fazemos só tem valor se o Espírito de Deus soprar. Não adianta a “tecnologia” das boas obras se a vida estiver com as janelas fechadas para a ventilação do Espírito.
É a presença divina no coração humano que move as engrenagens e nos faz sentir a energia vivificante da salvação. Era isso que Jesus estava ensinando para Nicodemos.
O vento precisa soprar para que o barco da salvação se mova e para que a energia da vida eterna eletrifique o coração. Só seremos salvos se tivermos as características dos cidadãos do Céu, e essa é a obra do Espírito em nós.
É esse poderoso “Vento” divino que revoluciona nossa vida e tira de nós o prazer pelo pecado, criando o desejo de sempre estarmos ao lado de Jesus e o imitarmos em tudo. A impureza do coração, as palavras duras e as ações egoístas são varridas pelo Espírito Santo. A brisa suave divina refrigera a vida com santidade, cortesia e amor.
Faça de seu coração, hoje, um barco a vela, um moinho cata-vento ou mesmo um moderno parque eólico de fé para que o vento do Espírito Santo sopre com força sobre você e produza a maravilhosa energia da salvação.

quinta-feira, 27 de abril de 2017

A graça da graça

Eu afirmo ao senhor que isto é verdade: ninguém pode entrar no Reino de Deus se não nascer da água e do Espírito. João 3:5
Estudante de uma escola pública em São Paulo, o menino não conhecia Jesus. Porém, em sua sala de aula, recebeu a visita de um colportor que oferecia a assinatura da revista Nosso Amiguinho. Empolgado com a oferta, o garoto levou
a proposta para os pais. O colportor visitou a casa deles. Fizeram a assinatura
e amizade. Depois de um tempo, começaram um estudo bíblico. A família se decidiu ao batismo.
Os três no tanque, o pai e a mãe são batizados primeiro. Chegou a vez do menino. “De qual personagem da turminha você mais gosta?”, pergunta o apresentador. “Noguinho”, responde o menino. “Quer conhecê-lo, e também o restante da turma?” “Hã-hã!” Entram os bonecos. Eles cantam, fazem coreografias, o Azeitona faz umas gracinhas, mas o garoto, tímido, não esboça nenhum sorriso. Ele parece desconfortável diante da plateia que não tira os olhos dele.
A falta de sorriso no rosto do menino me incomodava. Tudo era lindo, sua família estava sendo batizada, a turminha ali… Onde estava a demonstração de felicidade? Então o pastor faz a declaração de batismo. O menino se ajeita, segura a mão do líder e ouve: “Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” Desce quieto e sério e, poucos segundos depois, sobe. A primeira coisa que vejo surgir em sua face é um lindo e espontâneo sorriso, que teima em ficar na moldura de seu rosto.
Não sei exatamente o que motivou o sorriso que toda a alegria da turminha do Nosso Amiguinho não conseguiu provocar. Acredito, porém, que o grande motivo foi a graça. Sim, a graça de Deus, que é lindamente representada na cerimônia
do batismo. O sorriso é a maneira mais espontânea de expressar alegria. Penso que o sorriso surgiu porque o menino entendeu que passou a fazer parte do povo de Deus; porque viu que sua família seria outra; lembrou que seu pai não beberia mais e compreendeu que teria um futuro promissor com Cristo.
É possível que tudo isso estivesse naquele sorriso espontâneo que brotou no rosto do menino naquela noite. Para mim, estava. Deus tem senso de humor, e nele, podemos encontrar a fonte inesgotável da alegria. Descobri que a graça é engraçada. Então, o que você está esperando? Dê um sorriso para Jesus!

quarta-feira, 26 de abril de 2017

O curioso caso de Nicodemos

O curioso caso de Nicodemos
Como é que um homem velho pode nascer de novo? Será que ele pode voltar para a barriga da sua mãe e nascer outra vez? João 3:4
A cena não é nada verossímil: o nascimento de um bebê com aspectos e doenças típicos de uma pessoa idosa. No filme O Curioso Caso de Benjamin Button, o personagem central, ao invés de envelhecer com o passar do tempo, vai ficando com aspecto cada vez mais jovem. Nesse processo inverso, seu corpo idoso comporta a mente de um bebê, e ao chegar ao auge de seu rejuvenescimento, seu corpo de bebê mantém a mente de um idoso. Loucura!
Ficção à parte, algo parecido com isso foi a interpretação de um homem muito culto ao ouvir Jesus dizer que ele precisava nascer de novo. “Como assim, eu vou ter que entrar na barriga da minha mãe e nascer de novo?” Ele estava achando muito difícil o conceito que o Senhor ensinava.
O novo nascimento é a condição essencial para a salvação. Isso porque nosso nascimento natural nos coloca na vida como pecadores e, por isso, perdidos (Salmo 51:5).
Para fugir dessa condição, precisamos nascer de novo. Como isso acontece? Jesus explica: “Ninguém pode entrar no Reino de Deus se não nascer da água e do Espírito” (João 3:5). Em outras palavras, o Senhor estava dizendo que, quando cremos na salvação que Deus nos oferece de graça, nascemos de novo, com uma nova mente e um novo coração. “Então, jogarei água pura sobre vocês para limpar todos os seus pecados. […] Darei a vocês um coração novo. Darei a vocês um espírito novo. Em vez de terem corações duros como a pedra, vocês receberão corações de carne” (Ezequiel 36:25, 26, Nova Bíblia Viva).
O novo nascimento cria em nós a natureza de Cristo. Isso não significa que as tendências pecaminosas que possuímos saem de imediato da vida. Em realidade, passam a existir duas naturezas contrárias, e é nosso dever alimentar a vida espiritual e matar de fome o leão voraz do pecado que habita em nosso corpo (Romanos 7:20).
Esse conceito colocou o idoso mestre Nicodemos para pensar. Ele percebeu que toda sua cultura, poder, dinheiro e religião não eram suficientes para fazer dele um salvo. Era preciso nascer de novo.
A “maternidade” do Céu está ativa hoje e, nela, por meio do Espírito Santo, “estranhos casos” de novos nascimentos ocorrem todos os dias. Se você deseja experimentar essa realidade, permita que o parto da salvação aconteça em sua vida.

terça-feira, 25 de abril de 2017

Vergonha


Havia um fariseu chamado Nicodemos, que era líder dos judeus. Uma noite ele foi visitar Jesus […]. João 3:1, 2
Como era muito carinhoso, meu pai não perdia a oportunidade de me abraçar e beijar meu rosto, mesmo na frente das pessoas. Na adolescência, eu ficava com muita vergonha disso, se a cena fosse vista por meus amigos e, principalmente, pelas meninas.
A vergonha é um sentimento que acompanha a humanidade desde que o pecado entrou no mundo. No Éden, após a queda, Adão e Eva se esconderam de Deus porque tiveram vergonha de sua nudez. De lá para cá, levamos a mão ao rosto para esconder nosso desconforto pelos vacilos próprios ou mesmo por vergonha alheia.
Nem sempre o constrangimento acontece por conta de erros cometidos. Algumas pessoas, por exemplo, se envergonham de sua origem humilde, de parentes pobres e incultos ou mesmo de costumes religiosos familiares que não são aceitos pela maioria. Que vergonha!
Isso parece um pouco com o que Nicodemos estava sentindo em relação a Jesus. O idoso mestre da lei estava impressionado com a autoridade daquele jovem galileu, mas se sentia desconfortável em se encontrar publicamente com alguém que julgava não estar em seu mesmo nível social. “O que as pessoas vão pensar?”, pode ter se perguntado. Por isso, procurou Jesus à noite.
Essa atitude é bem parecida com a de muita gente hoje em dia. Com vergonha de Jesus, alguns escondem sua fé e assumem comportamentos contrários aos ensinos da Palavra de Deus. Para serem aceitos por um grupo, ou mesmo para serem populares, muitos negam Jesus de modo direto ou indireto, deixando de testemunhar e quebrando os mandamentos de Deus.
No entanto, sentir vergonha de Cristo é negar o único meio pelo qual somos salvos. Por isso, Ele foi tão enfático: “Aquele que disser publicamente que não é meu, o Filho do Homem também dirá diante dos anjos de Deus que essa pessoa não é dele”
(Lucas 12:9). Portanto, como Paulo, devemos dizer: “Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1:16, NVI).
Confesso que sinto falta dos carinhos do meu pai e, hoje, não teria constrangimento nenhum em recebê-los. Jesus quer lhe dar o “afago” da salvação. Não se envergonhe disso, corresponda com amor e obediência e tenha a certeza de que seu nome será confirmado no livro da vida.

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Disfarces


Cuidado com os falsos profetas que vêm disfarçados em peles de ovelhas, mas são lobos devoradores. Mateus 7:15, Nova Bíblia Viva
A mãe de Chapeuzinho Vermelho pede que ela vá até a casa da vovó levar maçãs. No caminho, a menina se encontra com o lobo, que a faz pegar uma estrada mais longa. Antes de ela chegar, o malvado invade a casa da idosa, a engole e se disfarça de vovozinha para tentar devorar a menina também.
A lição dessa conhecida história é muito parecida com o que Jesus quer ensinar no versículo de hoje. O inimigo nem sempre se apresenta como tal. Muitas vezes, para enganar, ele assume uma face agradável e atraente.
No texto de hoje, Jesus desmascara a estratégia mais indecente do mal disfarçado: gente que se diz serva de Deus, mas que, na verdade, está a serviço da impiedade.
No contexto do Antigo Testamento, falsos profetas eram indivíduos que, em geral, enganavam o povo com uma mensagem que acalmava os temores e fazia as pessoas pensarem que não precisavam se preocupar em cumprir exatamente o que Deus pedira por meio dos profetas verdadeiros. Diz Jeremias: “É impossível curar a ferida do meu povo dizendo que ela não existe; mas os sacerdotes e profetas enganam o meu povo com falsas promessas, dizendo: ‘Paz, paz’, quando a guerra se aproxima rapidamente” (Jeremias 6:14, Nova Bíblia Viva). Algo semelhante acontecia no tempo de Jesus e, em nossos dias, também ocorre.
A religião cristã foi assaltada por lobos devoradores disfarçados de vovozinhas/ovelhas. O povo é enganado com todo o tipo de discurso, enquanto seus recursos financeiros e outras coisas mais são devorados por lobos vorazes. Em realidade, a cobiça e o desejo de ouvir apenas o que agrada atraem multidões para os lobos atuais.
Diferentemente de Chapeuzinho Vermelho, os iludidos não perguntam: “Meu líder, para que o senhor precisa de tanto dinheiro? Para que tanta riqueza, mansões, fazendas e carros de luxo?” Se alguém pergunta, pode ouvir as falsas “vovozinhas” responderem: “É para representar melhor o evangelho, meu filho.”
Fique atento aos disfarces dos lobos devoradores. Ouça os profetas verdadeiros de Deus, que apresentam mensagens de arrependimento e salvação. No fim da história, o “caçador” Jesus vai acabar com os predadores disfarçados de pregadores e dará a vida eterna a quem teve o cuidado de segui-lo e não deu ouvidos a lobos.

domingo, 23 de abril de 2017

Ele merece

Senhor, não se incomode, pois eu não mereço que entre na minha casa. E acho também que não mereço a honra de falar pessoalmente com o Senhor. Lucas 7:6, 7
“Acho que sim!”, disse o atacante Neymar, sem um pingo de modéstia, ao responder à seguinte pergunta: “Você merece ser indicado para estar entre os três melhores jogadores do mundo que disputarão a bola de ouro em 2016?”
Os números do jogador eram mesmo impressionantes. Ele havia feito muitos gols, tinha sido responsável pela maior quantidade de passes decisivos de seu time, além de ter sido fundamental nas grandes conquistas de seu clube. De acordo com os critérios da Fifa, Neymar realmente merecia disputar o prêmio.
Vejamos outro quadro: homem rico, poderoso, bondoso, religioso e respeitado. Merece ou não merece uma visita de Jesus em sua casa? Vamos perguntar para ele. “Oficial romano, você merece receber Jesus?” “Não, não mereço sequer falar com Ele frente a frente!”
Que diferença! Enquanto o jogador está cheio de confiança em si, o oficial romano deposita toda sua fé na misericórdia de Jesus. Assim como Neymar, porém, os “números” do centurião impressionavam, a ponto de alguns líderes judeus dizerem para Jesus: “Esse homem merece, de fato, a sua ajuda, pois estima muito o nosso povo e até construiu uma sinagoga para nós” (Lucas 7:4, 5).
Por melhores que sejam as coisas que fazemos, elas não têm nenhuma capacidade de nos conferir algum mérito diante de Deus. Não importa se a pessoa guarda todos os dez mandamentos, devolve fielmente o dízimo ou está disposta a entregar o “próprio corpo para ser queimado”; isso tudo “não adiantaria nada” (1 Coríntios 13:3).
As boas obras são a consequência da salvação, não a causa. É impressionante o fato de aquele romano ter percebido que suas doações para a construção de uma sinagoga não compravam o amor e a misericórdia de Deus.
A grande tentação de alguns cristãos é imaginar que, por serem dedicados, eles se tornam melhores do que os outros. Em realidade, a maior vitória espiritual que podemos receber é reconhecer que não somos nada e que dependemos de Deus para tudo.
A bola de ouro da Fifa é disputada com muito esforço e talento dos vencedores. Porém, só o grande “artilheiro” Jesus mereceu receber a “bola de ouro” do Céu. O mais lindo de tudo é que Ele já recebeu o prêmio e está muito interessado em compartilhá-lo conosco.

sexta-feira, 21 de abril de 2017

O primeiro milagre é confiar


Mas Jesus não confiava neles, pois os conhecia muito bem. João 2:24
“O primeiro milagre é confiar.” Esse é um dos hits mais tocados na trilha sonora da minha vida espiritual. Gravada pelo quarteto Arautos do Rei, essa melodia me ajudou a entender que a fé é o primeiro e mais fundamental dos milagres de Deus na vida de uma pessoa.
Vivemos em um mundo no qual impera a filosofia do “ver para crer”. Por conta dessa visão, muita gente espera encontrar evidências e provas científicas para a fé cristã e, assim, satisfazer sua mente cética.
Por outro lado, esse é o tempo também em que igrejas têm se tornado palco para encenação de supostos milagres com o objetivo de fazer pessoas simples crerem que Deus é poderoso e que aqueles que se dizem pastores são capazes de manipular esse poder.
O patriarca Jacó parece ter sido acometido por essa visão em sua fuga para a casa dos parentes. Ele teve o privilégio de presenciar uma das aparições divinas mais extraordinárias. Tendo uma pedra como travesseiro, ele viu e ouviu o próprio Deus dizer-lhe que o protegeria e o abençoaria. Depois de acabar a visão, porém, Jacó teve a coragem de falar: “Se Deus estiver comigo, proteger-me nesta viagem e me der alimento e roupa, e levar-me de volta para a casa de meu pai, então, o Senhor será o meu Deus” (Gênesis 28:20, 21, Nova Bíblia Viva, itálico acrescentado). Como assim, se Deus for comigo? Deus havia prometido, isso deveria ser suficiente!
No versículo de hoje, fica claro que Jesus não se impressiona com supostos crentes que só “creram” porque viram “milagres”. Dizer que só vai acreditar em Deus se Ele fizer algo extraordinário é criar uma impossibilidade, pois antes do milagre sempre vem a fé. O Senhor está à procura de gente que não duvida de suas promessas, resolve romper com a barreira do visível e deseja pautar a vida pela revelação das Escrituras.
Parafraseando a canção que empresta o título para este texto, digo: “Mas se você quer ver hoje um milagre em sua vida, para só então começar a acreditar, talvez jamais tal milagre aconteça, pois o primeiro milagre é confiar.”

quarta-feira, 19 de abril de 2017

O sonho de Deus é maior

O sonho de Deus é maior
Mateus se levantou e foi com Ele. Mateus 9:9
Mesmo sentindo um forte desejo de deixar tudo e me mudar para Cachoeira, na Bahia, 1.200 km de distância de minha casa, eu resolvi ter um plano B, caso toda aquela minha vontade de me preparar para ser um pastor não passasse de ilusão.
Fiz, então, a minha inscrição no programa de mestrado em literatura na Universidade Federal do Espírito Santo. O curso oferecia 30 vagas, e 60 pessoas se inscreveram para a disputa. O concurso tinha três etapas igualmente eliminatórias.
Em tese, a primeira etapa era a mais difícil. Dos 60 inscritos, classificaram-se somente 31 para a fase seguinte. Eu estava entre eles. Fiz então a prova de língua estrangeira e passei, assim como outras 13 pessoas, para a etapa final. Para o último teste, havia mais vagas disponíveis (30) do que concorrentes (14).
Todos contavam com minha aprovação, incluindo professores do mestrado. Porém, se eu fosse aprovado para aquele curso, para mim, ficaria claro que o melhor seria não ser pastor e seguir na carreira acadêmica.
Em um dia em que estava indo à universidade, liguei o som do carro na rádio Novo Tempo e, naquele exato momento, estava tocando a música “O sonho de Deus é maior”, de Robson Fonseca. Aquelas notas invadiram meus ouvidos e coração, dizendo exatamente para mim: “Por maiores que sejam seus sonhos, o sonho de Deus é maior. Você está pensando no mestrado, mas o Senhor quer lhe dar mais.” Não fui aprovado na última prova; contudo, a dúvida ainda persistia em minha mente.
Uma noite, resolvi fazer um pedido ousado a Deus. Eu estava deitado em minha cama, e o rádio estava ligado na Novo Tempo. O programa era uma conversa com um casal de missionários que contava a experiência de seu chamado. Terminada a entrevista, orei com fé: “Pai, se queres mesmo que eu seja um pastor, faz com que, agora, a rádio toque a música que ouvi naquele dia; a música do sonho.” Foi incrível! O locutor interrompeu a programação normal e disse que ia tocar uma música. Quase não acreditei quando ouvi Deus usar aquela melodia mais uma vez para me dizer que seu plano era maior para mim.
Depois de dois anos que estava estudando teologia, o Senhor me colocou dentro de uma universidade federal para fazer um mestrado semelhante ao que eu havia sonhado. Ele me fez um pastor e me deu ainda o título de mestre, que tem sido útil em meu ministério. Entre outras coisas, isso é para mim uma prova de que o sonho de Deus é sempre maior que os nossos.

terça-feira, 18 de abril de 2017

18 de abril - Terça-feira: Chamado

Jesus saiu dali e, no caminho, viu um cobrador de impostos, chamado Mateus, sentado no lugar onde os impostos eram pagos. Jesus lhe disse: — Venha comigo. Mateus 9:9
Era o ano de 2007. Eu estava com 27 anos e muita indecisão. Desde a infância, sentia desejo de ser pastor, mas não tinha certeza de que havia recebido um chamado de Deus para essa função. Muito envolvido com a igreja, casado e com um bom emprego, uma coisa me incomodava e não saía de minha cabeça: ir ou não estudar teologia. Essa decisão envolvia renúncias sérias e muita coragem.
Minha esposa, Ariane, estava bem colocada profissionalmente, morávamos próximo à família e tínhamos comodidade, para o nosso padrão de vida. Abandonar tudo e ir para um lugar distante e desconhecido para estudar durante quatro anos e, depois, nunca mais voltar a morar perto de nossos pais nos deixava receosos.
Para tomar essa decisão, passamos a orar com insistência para que ficasse claro para nós que devíamos partir. O Senhor, em sua bondade, deu-nos uma série de provas, mas hoje quero destacar uma que foi muito especial.
Eu não havia falado para ninguém em minha igreja sobre a vontade de estudar teologia. Certo dia, estávamos em uma reunião da comissão de nossa congregação, na qual os irmãos estavam me reelegendo para o cargo de líder local para o ano seguinte. Enquanto eles faziam planos, meu coração estava completamente dividido.Então, um dos membros da comissão me disse:
– Vinícius, minha filha, Luísa, sonhou com você a batizando.
Quando ele falou isso, entendi com clareza a mensagem do Céu. Em 2007, Luísa tinha cinco anos. Isso significava que ela deveria ser batizada mais ou menos quatro anos depois daquela conversa com o pai dela. Em tese, eu só poderia realizar a cerimônia se fosse um pastor. Não disse nada a ele naquele momento; mas, somadas a tantas outras evidências, essa história da Luísa foi determinante para que eu aceitasse o chamado divino para dedicar minha vida à pregação do evangelho.
Foi muito lindo e marcante, cerca de cinco anos depois daquela conversa, fazer, com a autorização da igreja, o batismo da Luísa, a menina que Deus usou para escancarar a porta do ministério para mim.
Deus também conta com você para anunciar ao mundo a mensagem da salvação. Nem todos precisam ser pastores, mas cada um precisa atender ao chamado do Senhor e servir de acordo com o dom que recebeu.