domingo, 30 de abril de 2017

Upgrade


Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento. Lucas 5:32, NVI
Na informática, as atualizações de software hardware são chamadas de upgrade. Esse procedimento é utilizado quando determinados programas ou aparelhos ficam inadequados para rodar novas funções e tornam necessário o aprimoramento do produto. Expansão de memória, troca de placas, atualizações de aplicativos, entre outras coisas, fazem parte desse processo.
No versículo de hoje, a raiz da palavra grega traduzida como “arrependimento” (metanoia) tem o sentido básico de “expansão da mente”. Arrepender-se, portanto, assemelha-se a um upgrade na consciência humana.
Isso fica ainda mais evidente se levarmos em consideração, por exemplo, o contexto em que Jesus usou o verbo “arrepender-se” em Mateus 4:17: “Arrependam-­se dos seus pecados porque o Reino do Céu está perto!”
Esse texto sugere que a chegada do reino de Deus requer a ampliação de nossa compreensão para que os princípios celestiais sejam instalados.
Assim, fica claro que a mente humana não está naturalmente adaptada para viver no contexto do governo de Jesus. É preciso que ocorra o upgrade do arrependimento em nossos “hardware e “software”, preparando-nos para rodar o programa da vida eterna.
Com essa expansão de consciência, surge o conhecimento, convencimento, tristeza e abandono do pecado. Além disso, a mente passa a assimilar a forma como Deus pensa. O princípio do amor assume grande espaço no novo HD do coração, e a “memória” se expande também para a paz, alegria, bondade, mansidão e o domínio próprio.
Nesse sentido, o upgrade do arrependimento é uma ruptura com a antiga forma de viver e uma adaptação ao estilo de vida celestial. O versículo de hoje, porém, revela que só pode passar por esse processo quem se considera pecador. Pessoas que se acham perfeitas não permitem a reconfiguração do Espírito Santo.
O sistema operacional do Céu é pesado demais para a máquina pecaminosa do coração humano. Por isso, deixe que Jesus remodele seu ser, expanda sua maneira de enxergar a vida e delete as características negativas do pecado. Com esse upgrade, você estará preparado para rodar o software da salvação.

Amor


Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. João 3:16, ARA
Lembro-me como se fosse hoje do dia em que minha filha nasceu. Fui dar uma volta no calçadão da praia, e o sentimento que invadia meu coração era de que eu havia me tornado um homem milionário. Deus havia depositado no “banco” de minha vida a maior riqueza que alguém pode receber. Na maternidade, recordo do momento em que deitei aquele serzinho sobre meu peito e a abracei. Senti como se ela correspondesse ao meu gesto de amor. Inesquecível!
Naquele dia, entendi o que significa o amor que é capaz de morrer por outra pessoa. Por outro lado, uma pergunta se fortaleceu em mim: Que amor é esse que fez Deus entregar seu bem mais precioso, seu único Filho, para salvar a humanidade?
A pessoa que simbolizou melhor essa decisão divina foi Abraão. O patriarca recebeu a estranha ordem de sacrificar o filho, e uma angústia intensa o invadiu. Ele obedeceu ao Senhor, mas o preço era alto demais. Sabemos que o sacrifício não se executou, porque Deus queria apenas evidenciar o amor de Abraão e usá-lo como demonstração do que faria no futuro.
Como, nesse caso, Abraão representava Deus, fica claro, então, o tipo de sentimento que reinava no coração do Pai ao entregar seu Filho. Só uma coisa poderia motivá-lo a fazer o que fez: um amor extravagante e sem limite pela humanidade. João 3:16 é sobre isso.
Esse belíssimo texto também apresenta outro componente importante no cenário da salvação: a justiça de Deus. O salário do pecado é a morte (Romanos 6:23). Logo, a justiça divina exigia que toda a humanidade morresse eternamente. Para que isso não acontecesse, porém, Deus fez uma troca. Seu Filho recebeu o castigo que a humanidade deveria receber, e a humanidade recebeu o tratamento que seu Filho merecia. Assim, a justiça estava feita; o castigo, dado; e a salvação, garantida.
Esse incrível amor, porém, não força a entrada da porta do coração de ninguém. É por isso que João 3:16 também apresenta uma condição: a fé. Crer no sacrifício de Jesus desvia a justa ira de Deus e protege o crente da condenação.
Eu poderia dar a minha vida para salvar a da minha filha, mas jamais daria a vida dela por alguém. Deus mostrou um amor descomunal por nós ao nos dar seu único Filho. A pergunta que fica é: Como vamos responder a tanto amor?

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Vento


O vento sopra onde quer, e ouve-se o barulho que ele faz, mas não se sabe de onde ele vem, nem para onde vai. A mesma coisa acontece com todos os que nascem do Espírito. João 3:8
Resultado da troca de posição entre o ar quente e o ar frio, o vento é uma grande força da natureza. Ao longo das eras, o ser humano tem usado essa fonte de energia de diferentes formas. O barco a vela, responsável por grande parte do transporte da humanidade na Idade Antiga e Média, teve no vento seu motor. As grandes navegações e a expansão marítima devem ao vento seu sucesso.
Desde a Antiguidade também, o cata-vento tem sido utilizado para moer grãos, bombear água, além de outras coisas muito úteis para a humanidade. Com as tecnologias da modernidade, o homem viu no vento a possibilidade de gerar, inclusive, energia elétrica.
Mesmo sem ter um corpo físico definido e sem poder ser visto, a presença do vento sempre é percebida, seus resultados são evidentes e sua ausência sentida.
O barco a vela, o moinho e os modernos parques eólicos dependem de que o vento sopre sobre eles para que haja energia. Eles não produzem o vento, mas sofrem a influência dele, e, assim, os resultados aparecem.
A mesma coisa acontece com o ser humano em busca de salvação. Tudo o que somos e fazemos só tem valor se o Espírito de Deus soprar. Não adianta a “tecnologia” das boas obras se a vida estiver com as janelas fechadas para a ventilação do Espírito.
É a presença divina no coração humano que move as engrenagens e nos faz sentir a energia vivificante da salvação. Era isso que Jesus estava ensinando para Nicodemos.
O vento precisa soprar para que o barco da salvação se mova e para que a energia da vida eterna eletrifique o coração. Só seremos salvos se tivermos as características dos cidadãos do Céu, e essa é a obra do Espírito em nós.
É esse poderoso “Vento” divino que revoluciona nossa vida e tira de nós o prazer pelo pecado, criando o desejo de sempre estarmos ao lado de Jesus e o imitarmos em tudo. A impureza do coração, as palavras duras e as ações egoístas são varridas pelo Espírito Santo. A brisa suave divina refrigera a vida com santidade, cortesia e amor.
Faça de seu coração, hoje, um barco a vela, um moinho cata-vento ou mesmo um moderno parque eólico de fé para que o vento do Espírito Santo sopre com força sobre você e produza a maravilhosa energia da salvação.

quinta-feira, 27 de abril de 2017

A graça da graça

Eu afirmo ao senhor que isto é verdade: ninguém pode entrar no Reino de Deus se não nascer da água e do Espírito. João 3:5
Estudante de uma escola pública em São Paulo, o menino não conhecia Jesus. Porém, em sua sala de aula, recebeu a visita de um colportor que oferecia a assinatura da revista Nosso Amiguinho. Empolgado com a oferta, o garoto levou
a proposta para os pais. O colportor visitou a casa deles. Fizeram a assinatura
e amizade. Depois de um tempo, começaram um estudo bíblico. A família se decidiu ao batismo.
Os três no tanque, o pai e a mãe são batizados primeiro. Chegou a vez do menino. “De qual personagem da turminha você mais gosta?”, pergunta o apresentador. “Noguinho”, responde o menino. “Quer conhecê-lo, e também o restante da turma?” “Hã-hã!” Entram os bonecos. Eles cantam, fazem coreografias, o Azeitona faz umas gracinhas, mas o garoto, tímido, não esboça nenhum sorriso. Ele parece desconfortável diante da plateia que não tira os olhos dele.
A falta de sorriso no rosto do menino me incomodava. Tudo era lindo, sua família estava sendo batizada, a turminha ali… Onde estava a demonstração de felicidade? Então o pastor faz a declaração de batismo. O menino se ajeita, segura a mão do líder e ouve: “Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” Desce quieto e sério e, poucos segundos depois, sobe. A primeira coisa que vejo surgir em sua face é um lindo e espontâneo sorriso, que teima em ficar na moldura de seu rosto.
Não sei exatamente o que motivou o sorriso que toda a alegria da turminha do Nosso Amiguinho não conseguiu provocar. Acredito, porém, que o grande motivo foi a graça. Sim, a graça de Deus, que é lindamente representada na cerimônia
do batismo. O sorriso é a maneira mais espontânea de expressar alegria. Penso que o sorriso surgiu porque o menino entendeu que passou a fazer parte do povo de Deus; porque viu que sua família seria outra; lembrou que seu pai não beberia mais e compreendeu que teria um futuro promissor com Cristo.
É possível que tudo isso estivesse naquele sorriso espontâneo que brotou no rosto do menino naquela noite. Para mim, estava. Deus tem senso de humor, e nele, podemos encontrar a fonte inesgotável da alegria. Descobri que a graça é engraçada. Então, o que você está esperando? Dê um sorriso para Jesus!

quarta-feira, 26 de abril de 2017

O curioso caso de Nicodemos

O curioso caso de Nicodemos
Como é que um homem velho pode nascer de novo? Será que ele pode voltar para a barriga da sua mãe e nascer outra vez? João 3:4
A cena não é nada verossímil: o nascimento de um bebê com aspectos e doenças típicos de uma pessoa idosa. No filme O Curioso Caso de Benjamin Button, o personagem central, ao invés de envelhecer com o passar do tempo, vai ficando com aspecto cada vez mais jovem. Nesse processo inverso, seu corpo idoso comporta a mente de um bebê, e ao chegar ao auge de seu rejuvenescimento, seu corpo de bebê mantém a mente de um idoso. Loucura!
Ficção à parte, algo parecido com isso foi a interpretação de um homem muito culto ao ouvir Jesus dizer que ele precisava nascer de novo. “Como assim, eu vou ter que entrar na barriga da minha mãe e nascer de novo?” Ele estava achando muito difícil o conceito que o Senhor ensinava.
O novo nascimento é a condição essencial para a salvação. Isso porque nosso nascimento natural nos coloca na vida como pecadores e, por isso, perdidos (Salmo 51:5).
Para fugir dessa condição, precisamos nascer de novo. Como isso acontece? Jesus explica: “Ninguém pode entrar no Reino de Deus se não nascer da água e do Espírito” (João 3:5). Em outras palavras, o Senhor estava dizendo que, quando cremos na salvação que Deus nos oferece de graça, nascemos de novo, com uma nova mente e um novo coração. “Então, jogarei água pura sobre vocês para limpar todos os seus pecados. […] Darei a vocês um coração novo. Darei a vocês um espírito novo. Em vez de terem corações duros como a pedra, vocês receberão corações de carne” (Ezequiel 36:25, 26, Nova Bíblia Viva).
O novo nascimento cria em nós a natureza de Cristo. Isso não significa que as tendências pecaminosas que possuímos saem de imediato da vida. Em realidade, passam a existir duas naturezas contrárias, e é nosso dever alimentar a vida espiritual e matar de fome o leão voraz do pecado que habita em nosso corpo (Romanos 7:20).
Esse conceito colocou o idoso mestre Nicodemos para pensar. Ele percebeu que toda sua cultura, poder, dinheiro e religião não eram suficientes para fazer dele um salvo. Era preciso nascer de novo.
A “maternidade” do Céu está ativa hoje e, nela, por meio do Espírito Santo, “estranhos casos” de novos nascimentos ocorrem todos os dias. Se você deseja experimentar essa realidade, permita que o parto da salvação aconteça em sua vida.

terça-feira, 25 de abril de 2017

Vergonha


Havia um fariseu chamado Nicodemos, que era líder dos judeus. Uma noite ele foi visitar Jesus […]. João 3:1, 2
Como era muito carinhoso, meu pai não perdia a oportunidade de me abraçar e beijar meu rosto, mesmo na frente das pessoas. Na adolescência, eu ficava com muita vergonha disso, se a cena fosse vista por meus amigos e, principalmente, pelas meninas.
A vergonha é um sentimento que acompanha a humanidade desde que o pecado entrou no mundo. No Éden, após a queda, Adão e Eva se esconderam de Deus porque tiveram vergonha de sua nudez. De lá para cá, levamos a mão ao rosto para esconder nosso desconforto pelos vacilos próprios ou mesmo por vergonha alheia.
Nem sempre o constrangimento acontece por conta de erros cometidos. Algumas pessoas, por exemplo, se envergonham de sua origem humilde, de parentes pobres e incultos ou mesmo de costumes religiosos familiares que não são aceitos pela maioria. Que vergonha!
Isso parece um pouco com o que Nicodemos estava sentindo em relação a Jesus. O idoso mestre da lei estava impressionado com a autoridade daquele jovem galileu, mas se sentia desconfortável em se encontrar publicamente com alguém que julgava não estar em seu mesmo nível social. “O que as pessoas vão pensar?”, pode ter se perguntado. Por isso, procurou Jesus à noite.
Essa atitude é bem parecida com a de muita gente hoje em dia. Com vergonha de Jesus, alguns escondem sua fé e assumem comportamentos contrários aos ensinos da Palavra de Deus. Para serem aceitos por um grupo, ou mesmo para serem populares, muitos negam Jesus de modo direto ou indireto, deixando de testemunhar e quebrando os mandamentos de Deus.
No entanto, sentir vergonha de Cristo é negar o único meio pelo qual somos salvos. Por isso, Ele foi tão enfático: “Aquele que disser publicamente que não é meu, o Filho do Homem também dirá diante dos anjos de Deus que essa pessoa não é dele”
(Lucas 12:9). Portanto, como Paulo, devemos dizer: “Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1:16, NVI).
Confesso que sinto falta dos carinhos do meu pai e, hoje, não teria constrangimento nenhum em recebê-los. Jesus quer lhe dar o “afago” da salvação. Não se envergonhe disso, corresponda com amor e obediência e tenha a certeza de que seu nome será confirmado no livro da vida.

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Disfarces


Cuidado com os falsos profetas que vêm disfarçados em peles de ovelhas, mas são lobos devoradores. Mateus 7:15, Nova Bíblia Viva
A mãe de Chapeuzinho Vermelho pede que ela vá até a casa da vovó levar maçãs. No caminho, a menina se encontra com o lobo, que a faz pegar uma estrada mais longa. Antes de ela chegar, o malvado invade a casa da idosa, a engole e se disfarça de vovozinha para tentar devorar a menina também.
A lição dessa conhecida história é muito parecida com o que Jesus quer ensinar no versículo de hoje. O inimigo nem sempre se apresenta como tal. Muitas vezes, para enganar, ele assume uma face agradável e atraente.
No texto de hoje, Jesus desmascara a estratégia mais indecente do mal disfarçado: gente que se diz serva de Deus, mas que, na verdade, está a serviço da impiedade.
No contexto do Antigo Testamento, falsos profetas eram indivíduos que, em geral, enganavam o povo com uma mensagem que acalmava os temores e fazia as pessoas pensarem que não precisavam se preocupar em cumprir exatamente o que Deus pedira por meio dos profetas verdadeiros. Diz Jeremias: “É impossível curar a ferida do meu povo dizendo que ela não existe; mas os sacerdotes e profetas enganam o meu povo com falsas promessas, dizendo: ‘Paz, paz’, quando a guerra se aproxima rapidamente” (Jeremias 6:14, Nova Bíblia Viva). Algo semelhante acontecia no tempo de Jesus e, em nossos dias, também ocorre.
A religião cristã foi assaltada por lobos devoradores disfarçados de vovozinhas/ovelhas. O povo é enganado com todo o tipo de discurso, enquanto seus recursos financeiros e outras coisas mais são devorados por lobos vorazes. Em realidade, a cobiça e o desejo de ouvir apenas o que agrada atraem multidões para os lobos atuais.
Diferentemente de Chapeuzinho Vermelho, os iludidos não perguntam: “Meu líder, para que o senhor precisa de tanto dinheiro? Para que tanta riqueza, mansões, fazendas e carros de luxo?” Se alguém pergunta, pode ouvir as falsas “vovozinhas” responderem: “É para representar melhor o evangelho, meu filho.”
Fique atento aos disfarces dos lobos devoradores. Ouça os profetas verdadeiros de Deus, que apresentam mensagens de arrependimento e salvação. No fim da história, o “caçador” Jesus vai acabar com os predadores disfarçados de pregadores e dará a vida eterna a quem teve o cuidado de segui-lo e não deu ouvidos a lobos.

domingo, 23 de abril de 2017

Ele merece

Senhor, não se incomode, pois eu não mereço que entre na minha casa. E acho também que não mereço a honra de falar pessoalmente com o Senhor. Lucas 7:6, 7
“Acho que sim!”, disse o atacante Neymar, sem um pingo de modéstia, ao responder à seguinte pergunta: “Você merece ser indicado para estar entre os três melhores jogadores do mundo que disputarão a bola de ouro em 2016?”
Os números do jogador eram mesmo impressionantes. Ele havia feito muitos gols, tinha sido responsável pela maior quantidade de passes decisivos de seu time, além de ter sido fundamental nas grandes conquistas de seu clube. De acordo com os critérios da Fifa, Neymar realmente merecia disputar o prêmio.
Vejamos outro quadro: homem rico, poderoso, bondoso, religioso e respeitado. Merece ou não merece uma visita de Jesus em sua casa? Vamos perguntar para ele. “Oficial romano, você merece receber Jesus?” “Não, não mereço sequer falar com Ele frente a frente!”
Que diferença! Enquanto o jogador está cheio de confiança em si, o oficial romano deposita toda sua fé na misericórdia de Jesus. Assim como Neymar, porém, os “números” do centurião impressionavam, a ponto de alguns líderes judeus dizerem para Jesus: “Esse homem merece, de fato, a sua ajuda, pois estima muito o nosso povo e até construiu uma sinagoga para nós” (Lucas 7:4, 5).
Por melhores que sejam as coisas que fazemos, elas não têm nenhuma capacidade de nos conferir algum mérito diante de Deus. Não importa se a pessoa guarda todos os dez mandamentos, devolve fielmente o dízimo ou está disposta a entregar o “próprio corpo para ser queimado”; isso tudo “não adiantaria nada” (1 Coríntios 13:3).
As boas obras são a consequência da salvação, não a causa. É impressionante o fato de aquele romano ter percebido que suas doações para a construção de uma sinagoga não compravam o amor e a misericórdia de Deus.
A grande tentação de alguns cristãos é imaginar que, por serem dedicados, eles se tornam melhores do que os outros. Em realidade, a maior vitória espiritual que podemos receber é reconhecer que não somos nada e que dependemos de Deus para tudo.
A bola de ouro da Fifa é disputada com muito esforço e talento dos vencedores. Porém, só o grande “artilheiro” Jesus mereceu receber a “bola de ouro” do Céu. O mais lindo de tudo é que Ele já recebeu o prêmio e está muito interessado em compartilhá-lo conosco.

sexta-feira, 21 de abril de 2017

O primeiro milagre é confiar


Mas Jesus não confiava neles, pois os conhecia muito bem. João 2:24
“O primeiro milagre é confiar.” Esse é um dos hits mais tocados na trilha sonora da minha vida espiritual. Gravada pelo quarteto Arautos do Rei, essa melodia me ajudou a entender que a fé é o primeiro e mais fundamental dos milagres de Deus na vida de uma pessoa.
Vivemos em um mundo no qual impera a filosofia do “ver para crer”. Por conta dessa visão, muita gente espera encontrar evidências e provas científicas para a fé cristã e, assim, satisfazer sua mente cética.
Por outro lado, esse é o tempo também em que igrejas têm se tornado palco para encenação de supostos milagres com o objetivo de fazer pessoas simples crerem que Deus é poderoso e que aqueles que se dizem pastores são capazes de manipular esse poder.
O patriarca Jacó parece ter sido acometido por essa visão em sua fuga para a casa dos parentes. Ele teve o privilégio de presenciar uma das aparições divinas mais extraordinárias. Tendo uma pedra como travesseiro, ele viu e ouviu o próprio Deus dizer-lhe que o protegeria e o abençoaria. Depois de acabar a visão, porém, Jacó teve a coragem de falar: “Se Deus estiver comigo, proteger-me nesta viagem e me der alimento e roupa, e levar-me de volta para a casa de meu pai, então, o Senhor será o meu Deus” (Gênesis 28:20, 21, Nova Bíblia Viva, itálico acrescentado). Como assim, se Deus for comigo? Deus havia prometido, isso deveria ser suficiente!
No versículo de hoje, fica claro que Jesus não se impressiona com supostos crentes que só “creram” porque viram “milagres”. Dizer que só vai acreditar em Deus se Ele fizer algo extraordinário é criar uma impossibilidade, pois antes do milagre sempre vem a fé. O Senhor está à procura de gente que não duvida de suas promessas, resolve romper com a barreira do visível e deseja pautar a vida pela revelação das Escrituras.
Parafraseando a canção que empresta o título para este texto, digo: “Mas se você quer ver hoje um milagre em sua vida, para só então começar a acreditar, talvez jamais tal milagre aconteça, pois o primeiro milagre é confiar.”

quarta-feira, 19 de abril de 2017

O sonho de Deus é maior

O sonho de Deus é maior
Mateus se levantou e foi com Ele. Mateus 9:9
Mesmo sentindo um forte desejo de deixar tudo e me mudar para Cachoeira, na Bahia, 1.200 km de distância de minha casa, eu resolvi ter um plano B, caso toda aquela minha vontade de me preparar para ser um pastor não passasse de ilusão.
Fiz, então, a minha inscrição no programa de mestrado em literatura na Universidade Federal do Espírito Santo. O curso oferecia 30 vagas, e 60 pessoas se inscreveram para a disputa. O concurso tinha três etapas igualmente eliminatórias.
Em tese, a primeira etapa era a mais difícil. Dos 60 inscritos, classificaram-se somente 31 para a fase seguinte. Eu estava entre eles. Fiz então a prova de língua estrangeira e passei, assim como outras 13 pessoas, para a etapa final. Para o último teste, havia mais vagas disponíveis (30) do que concorrentes (14).
Todos contavam com minha aprovação, incluindo professores do mestrado. Porém, se eu fosse aprovado para aquele curso, para mim, ficaria claro que o melhor seria não ser pastor e seguir na carreira acadêmica.
Em um dia em que estava indo à universidade, liguei o som do carro na rádio Novo Tempo e, naquele exato momento, estava tocando a música “O sonho de Deus é maior”, de Robson Fonseca. Aquelas notas invadiram meus ouvidos e coração, dizendo exatamente para mim: “Por maiores que sejam seus sonhos, o sonho de Deus é maior. Você está pensando no mestrado, mas o Senhor quer lhe dar mais.” Não fui aprovado na última prova; contudo, a dúvida ainda persistia em minha mente.
Uma noite, resolvi fazer um pedido ousado a Deus. Eu estava deitado em minha cama, e o rádio estava ligado na Novo Tempo. O programa era uma conversa com um casal de missionários que contava a experiência de seu chamado. Terminada a entrevista, orei com fé: “Pai, se queres mesmo que eu seja um pastor, faz com que, agora, a rádio toque a música que ouvi naquele dia; a música do sonho.” Foi incrível! O locutor interrompeu a programação normal e disse que ia tocar uma música. Quase não acreditei quando ouvi Deus usar aquela melodia mais uma vez para me dizer que seu plano era maior para mim.
Depois de dois anos que estava estudando teologia, o Senhor me colocou dentro de uma universidade federal para fazer um mestrado semelhante ao que eu havia sonhado. Ele me fez um pastor e me deu ainda o título de mestre, que tem sido útil em meu ministério. Entre outras coisas, isso é para mim uma prova de que o sonho de Deus é sempre maior que os nossos.

terça-feira, 18 de abril de 2017

18 de abril - Terça-feira: Chamado

Jesus saiu dali e, no caminho, viu um cobrador de impostos, chamado Mateus, sentado no lugar onde os impostos eram pagos. Jesus lhe disse: — Venha comigo. Mateus 9:9
Era o ano de 2007. Eu estava com 27 anos e muita indecisão. Desde a infância, sentia desejo de ser pastor, mas não tinha certeza de que havia recebido um chamado de Deus para essa função. Muito envolvido com a igreja, casado e com um bom emprego, uma coisa me incomodava e não saía de minha cabeça: ir ou não estudar teologia. Essa decisão envolvia renúncias sérias e muita coragem.
Minha esposa, Ariane, estava bem colocada profissionalmente, morávamos próximo à família e tínhamos comodidade, para o nosso padrão de vida. Abandonar tudo e ir para um lugar distante e desconhecido para estudar durante quatro anos e, depois, nunca mais voltar a morar perto de nossos pais nos deixava receosos.
Para tomar essa decisão, passamos a orar com insistência para que ficasse claro para nós que devíamos partir. O Senhor, em sua bondade, deu-nos uma série de provas, mas hoje quero destacar uma que foi muito especial.
Eu não havia falado para ninguém em minha igreja sobre a vontade de estudar teologia. Certo dia, estávamos em uma reunião da comissão de nossa congregação, na qual os irmãos estavam me reelegendo para o cargo de líder local para o ano seguinte. Enquanto eles faziam planos, meu coração estava completamente dividido.Então, um dos membros da comissão me disse:
– Vinícius, minha filha, Luísa, sonhou com você a batizando.
Quando ele falou isso, entendi com clareza a mensagem do Céu. Em 2007, Luísa tinha cinco anos. Isso significava que ela deveria ser batizada mais ou menos quatro anos depois daquela conversa com o pai dela. Em tese, eu só poderia realizar a cerimônia se fosse um pastor. Não disse nada a ele naquele momento; mas, somadas a tantas outras evidências, essa história da Luísa foi determinante para que eu aceitasse o chamado divino para dedicar minha vida à pregação do evangelho.
Foi muito lindo e marcante, cerca de cinco anos depois daquela conversa, fazer, com a autorização da igreja, o batismo da Luísa, a menina que Deus usou para escancarar a porta do ministério para mim.
Deus também conta com você para anunciar ao mundo a mensagem da salvação. Nem todos precisam ser pastores, mas cada um precisa atender ao chamado do Senhor e servir de acordo com o dom que recebeu.

segunda-feira, 17 de abril de 2017

17 de abril - Segunda-feira: Procrastinação

Siga-me agora! Deixe que os mortos enterrem os seus próprios mortos. Mateus 8:22, Nova Bíblia Viva
“Empurrar com a barriga”, “deixar para amanhã” e “depois eu faço” são algumas das expressões que ajudam a entender o significado da palavra procrastinação.
Todo o ser humano normalmente tem muitas atividades para cumprir. É parte da vida fazer coisas necessárias, mas que não são exatamente prazerosas. Algumas pessoas, porém, tendem a fugir das responsabilidades e se concentram naquilo de que gostam. Deixam sempre para depois o que precisa ser feito já. Trabalhos da escola, projetos da empresa, arrumação do guarda-roupa ou coisas parecidas compõem o universo de atividades que, em geral, ficam para depois.
A procrastinação gera desconforto e estresse desnecessários. Com planejamento do uso do tempo e diligência, pode-se evitar a afobação de ter que fazer às pressas o que deveria ter sido executado com calma. “Quem começa o ano correndo vai terminá-lo andando. Se começar andando, vai terminá-lo esbaforido”, era o ditado de um líder motivador, orientando contra o ato de postergar as responsabilidades.
Ao que tudo indica, a frase do versículo de hoje foi dita por Jesus para um típico procrastinador. Sabedor da importância e dos custos de seguir o Senhor, o rapaz resolveu adiar a decisão que deveria ser tomada naquele momento.
Como muitos procrastinadores, ele ainda usou uma desculpa esfarrapada: “Senhor, primeiro deixe que eu volte e sepulte o meu pai.” É bem provável que ele acreditasse que o pai viveria muito tempo. Para rebater a procrastinação do rapaz, o Senhor disse, de forma enfática: “Deixe que os mortos enterrem os seus próprios mortos.”
Na vida, existem coisas mais urgentes que outras. As prioridades devem ser postas em primeiro lugar e executadas com diligência. Não há nada mais essencial do que seguir Jesus. Para adiar essa importante decisão, o jovem do texto de hoje quis colocar a família no lugar do Senhor. Além de procrastinar, ele estava invertendo as prioridades.
Tire a procrastinação de sua vida. Planeje suas atividades e as execute com pontualidade. Acima de tudo, não adie as decisões espirituais. Agindo assim, no tempo certo, você receberá as bênçãos de Deus, que nunca deixa para amanhã o que precisa ser feito agora.

domingo, 16 de abril de 2017

16 de abril - Domingo: Precipitação

Mestre, estou pronto a seguir o senhor para qualquer lugar aonde o senhor for! Mateus 8:18
Precipitada é a pessoa que toma decisões rapidamente sem pensar em todas as implicações envolvidas. Na empolgação, muita gente compra coisas, assume compromissos e fala o que não deve. Depois que passa o calor do momento, e as emoções esfriam, o precipitado  fica com o problema na mão. Só depois de “assinado o contrato”, é que algumas pessoas se dão conta de que não estão preparadas para assumir todos os custos envolvidos na decisão tomada.
Por mais que Jesus deseje que todos o sigam, Ele não quer que ninguém faça isso sem pensar. O Senhor não usa estratégias de marketing para empolgar as pessoas de modo que elas não percebam os custos reais de segui-lo.
É verdade que a felicidade de ser cristão não pode ser comparada a nada neste mundo. Seguir a Cristo não tem preço. Essa é, de fato, a melhor decisão que alguém pode tomar. No entanto, envolvidos pela emoção ou pela empolgação de outros, alguns prometem coisas para Deus que não conseguem cumprir ou das quais logo se arrependem. A motivação errada sempre gera frustração e decepção.
O versículo de hoje retrata a frase de um mestre da lei diante de Jesus. O Senhor respondeu, de maneira direta, à precipitada declaração desse homem: “As raposas têm as suas covas, e os pássaros, os seus ninhos. Mas o Filho do Homem não tem onde descansar” (Mateus 8:20).
Na frase do mestre da lei, há alguns indícios de seu despreparo e da empolgação precipitada que o motivava. Ao chamar o Senhor de “mestre”, o homem acreditava que Jesus não passava de um ser humano. Como seguir Jesus sem saber que Ele é o Filho de Deus?
O mestre da lei também estava muito autoconfiante e indicou isso ao dizer: “Estou pronto para seguir o senhor.” Ele acreditava estar preparado para fazer, por si mesmo, tudo o que o discipulado previa. Porém, seguir a Cristo é muito difícil, e só conseguimos pela força de Deus.
Além disso, é possível que Jesus tenha percebido segundas intenções no rapaz. Como havia visto milagres e multidões, o aspirante a discípulo pode ter sido seduzido pelos supostos benefícios materiais.
Jesus deseja muito que você se coloque ao lado dele. Leia o “contrato”, estude a Palavra de Deus e posicione-se junto ao Senhor pelos motivos certos.

sábado, 15 de abril de 2017

15 de abril - Sábado: Um Cordeiro para cada família

Muitos creram nele porque viram os milagres que Ele fazia. João 2:23
A verdadeira Páscoa é uma cerimônia para as famílias. No 14o dia do primeiro mês do calendário hebraico, em cada casa, um cordeiro deveria ser sacrificado; e seu sangue, passado nos umbrais da porta. Essa festa judaica celebra o dia em que Deus salvou da morte os primogênitos das famílias de seu povo, livrando Israel do cativeiro egípcio, que durara 430 anos.
Naquela noite, toda casa que não tinha o sangue na porta recebeu a visita do anjo destruidor. Porém, as residências dos hebreus foram poupadas, pois nelas havia o sinal de que o anjo deveria pulá-las. Um dos sentidos possíveis da palavra Páscoa em hebraico (Pessach) é pular sobre, que pode ser uma alusão ao ato de a morte saltar as casas daqueles que creram em Deus e marcaram suas portas com o sangue do cordeiro.
A Páscoa é uma linda representação da salvação. Enquanto, no Egito, todos os primogênitos morreram, entre os hebreus uma vítima sacrificial morreu no lugar dos filhos. Isso nos ensina que a salvação ocorre por conta do sangue de Jesus, o verdadeiro Cordeiro. A Páscoa simboliza a nossa libertação do cativeiro do pecado.
Na Páscoa bíblica, para que os primogênitos fossem poupados, cada família do povo de Israel deveria sacrificar um cordeiro. Perceba a ênfase familiar da orientação divina: “Diga a todo o povo israelita o seguinte: no dia dez deste mês cada pai de família escolherá um carneirinho ou um cabrito para a sua família, isto é, um animal para cada casa” (Êxodo 12:3, itálico acrescentado).
O texto acima permite perceber que, no plano de Deus, a melhor base para se experimentar a salvação é a família. Este é o núcleo central a partir de onde o Senhor deseja projetar sua bênção para toda a humanidade.
Como anda sua família? Em sua casa, Jesus, o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1:29) tem sido invocado? Ou as brigas, os desencontros e as coisas do mundo têm ocupado o espaço do Salvador?
Cada um de nós pode fazer alguma coisa para que a destruição não chegue ao nosso lar. Deus deseja proteger seu lar nesta Páscoa. Ore hoje com fé para que o sangue de Jesus marque o coração de cada componente de sua família. Esse é o verdadeiro sentido da Páscoa.

sexta-feira, 14 de abril de 2017

14 de abril - Sexta-feira: Cordeiro ou coelho?

Durante a Festa da Páscoa, muitos creram nele. João 2:23
A Páscoa chega trazendo sentimentos opostos: a euforia do comércio, abastecido com todo o tipo de ovos e coelhos de chocolate de um lado; de outro, a sombria tristeza que a lembrança do sofrimento de Cristo impõe sobre alguns. As diferenças ficam ainda maiores quando pensamos nos símbolos que compõem o universo pascal na cristandade de hoje: o ovo e o coelho, festejados, relacionam-se contraditoriamente com os cada vez mais esquecidos cruz e cordeiro. Afinal, qual é o verdadeiro sentido da Páscoa e quais são seus símbolos verdadeiros?
A verdade é que a Páscoa comemorada em nossos dias é muito diferente daquela que a Bíblia apresenta. A Páscoa bíblica foi instituída para celebrar a libertação do povo israelita do cativeiro egípcio. Seu ponto de partida foi a décima praga que caiu sobre o Egito, na qual morreram os primogênitos do Egito cujos pais não marcaram a porta da casa com o sangue do cordeiro. O foco central dessa festa está na morte desse indefeso animal, de quem vem o sangue que indica salvação. Na Páscoa da Bíblia, o cordeiro é o animal mais importante.
No entanto, na Páscoa do mundo, outro bichinho roubou a cena: o coelho. Por quê? Todas as culturas antigas tinham a sua Páscoa, que sempre estava relacionada à adoração a deuses, com o objetivo de pedir chuva para regar a terra, preparando-a para a agricultura. Os antigos pagãos do norte da Europa adoravam a deusa da primavera chamada de Eostre. O ponto alto das festividades em louvor a essa divindade ocorria em março, no início da primavera do hemisfério norte, período em que muitas culturas antigas celebram sua Páscoa, que é um festival aos deuses da fertilidade da primavera. De acordo com a lenda, o animal preferido de Eostre é o coelho, por ser considerado muito fértil.
E os ovos de Páscoa, onde entram na história, pois coelho não bota ovo, não é mesmo? Segundo a crença pagã, por serem vistos como símbolo de vida, nascimento e ressurreição, os ovos são os alimentos preferidos dessa deusa. Tudo isso não tem nada que ver com o verdadeiro sentido da Páscoa.
Enquanto os pagãos apresentavam coelhos e ovos para agradar sua deusa, o Deus verdadeiro, como um cordeiro, na pessoa de Jesus Cristo, entregou sua vida para salvar a humanidade. Nessa Páscoa, então, esqueça ovos e coelhos e lembre-se de Jesus, o verdadeiro “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (João 1:29).

quinta-feira, 13 de abril de 2017

13 de abril - Quinta-feira: Área de cobertura

Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca terá perdão. Marcos 3:29, NVI
“A operadora informa: o telefone chamado encontra-se desligado ou for da área de cobertura.” Ouvir esse recado não é nada bom, especialmente quando temos que falar com urgência com alguém.
Se a relação de Deus com a humanidade fosse por meio de celulares, é possível que as muitas ligações do Espírito Santo para algumas pessoas resultassem em uma mensagem semelhante.
Muita gente resolve desligar o celular espiritual para não ouvir o que Deus tem a dizer. Contrariados com as advertências divinas, alguns preferem acreditar que não é Deus quem está falando ou se rebelam contra as mensagens do Céu.
Em muitas ocasiões, o Espírito Santo atua para levar alguém ao arrependimento, e a pessoa acha que o melhor para a própria vida é continuar na prática do que acredita não ser pecado.
“Não tem nada a ver!” Essa é a frase que muitos usam para se opor aos recados de Deus, que usa os pais, professores, pastores, amigos e até desconhecidos para nos falar ao coração. Porém, às vezes, é mais ou menos assim que alguns reagem: “Esse povo careta, com o pensamento de mil novecentos e bolinha, fica enchendo a paciência com essas regras ultrapassadas. Deus não quer isso. Ele quer nossa liberdade!”
E assim, fechando os ouvidos para a voz do Espírito Santo e atribuindo ao inimigo as orientações divinas, algumas pessoas cometem o pecado sem perdão. Não é que Deus não queira perdoar. O caso é que quem não quer ouvir o que Ele tem a dizer não pode se arrepender dos pecados cometidos. Se não há arrependimento, não há perdão. Isso é cometer o pecado imperdoável.
Essa era a condição dos líderes religiosos, no tempo de Jesus. Estava muito clara a origem divina de Cristo, mas, em vez de se submeterem a Ele, esses homens se rebelavam. Atribuíam os milagres de Jesus a Satanás, negavam as evidências da divindade dele e, dia a dia, silenciavam a voz do Espírito Santo em seus ouvidos.
Jesus está “telefonando” para você. Seu celular espiritual está ligado? Você está dentro da área de cobertura do Céu ou resolveu “viajar” na rebeldia que o coloca fora do alcance da graça divina? Se está sentindo o toque do Espírito, motivando-o ao arrependimento, significa que você não cometeu o pecado imperdoável. Atenda à chamada do Espírito, e o perdão divino sempre estará disponível.

quarta-feira, 12 de abril de 2017

12 de abril - Quarta-feira: Loucura

Os parentes de Jesus souberam disso e foram buscá-lo porque algumas pessoas estavam dizendo que Ele estava louco. Marcos 3:21
É caracterizada como louca a pessoa que passa a assumir comportamentos considerados anormais pela sociedade. Em geral, uma pessoa em surto psicótico pode ter intuição de perseguição, preocupações religiosas exageradas e mania de grandeza.
Por não conhecerem a origem divina de Jesus, seus irmãos analisaram o comportamento do Senhor e chegaram à conclusão de que o caso dele era uma espécie de esquizofrenia. “A situação parece grave mesmo. Ele anda se estranhando com os principais líderes da nação, tem se autointitulado o Filho de Deus e tem dito que veio estabelecer um novo reino. Definitivamente, Ele não está normal!” Esse pode ter sido um trecho do diálogo dos parentes de Jesus ao perceber o comportamento “anormal” de um pobre carpinteiro que dizia ser rei.
Em outra linha, muita gente hoje em dia reconhece Jesus como um grande homem, mas nega sua origem divina. C. S. Lewis diagnostica a “esquizofrenia” desse posicionamento:
“Um homem que fosse somente um homem e dissesse as coisas que Jesus disse não seria um grande mestre da moral. Seria um lunático – no mesmo grau de alguém que pretendesse ser um ovo cozido – ou então o diabo em pessoa. Faça a sua escolha. Ou esse homem era, e é, o Filho de Deus, ou não passa de um louco ou coisa pior. […] Que ninguém venha, com paternal condescendência, dizer que Ele não passava de um grande mestre humano. Ele não nos deixou essa opção, e não quis deixá-la.”
Jesus é Deus que tomou a forma de homem. Em sua passagem por aqui, Ele escandalizou o mundo com uma postura completamente anormal para os padrões humanos. Enquanto o “normal” é amar os amigos, Ele ensinou e praticou o amor aos inimigos; enquanto o “certo” é a vingança, Ele disse que devemos “dar a outra face”; enquanto o “lógico” é lutar pela própria vida, Ele entregou a sua para salvar a dos outros.
É por isso que Paulo diz: “A mensagem da morte de Cristo na cruz é loucura para os que estão se perdendo; mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus” (1 Coríntios 1:18). Desconfie de seu cristianismo, se as pessoas acharem você muito “normal”. Cristãos verdadeiros são “anormais”, porque seguem o homem mais “anormal” da história.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

11 de abril - Terça-feira: Traição

Judas Iscariotes, que foi o traidor. Lucas 6:16
Mesmo depois de lutar contra o tio, Brutus havia sido perdoado e nomeado para ser pretor do império. Tempos depois, conspirando com Cássio, Brutus traiu Júlio César e o atacou, tirando-lhe a vida. “Até tu, Brutus?” Essa foi a frase do final infeliz de César, após ser apunhalado pelas costas pelo sobrinho. Em um top five dos traidores mais conhecidos da história, Brutus ocuparia o segundo lugar.
Sem dúvida, o campeão seria Judas Iscariotes. Depois de pedir para ser um dos discípulos do Senhor, ele foi aceito de bom grado. Sujeito inteligente e com capacidade administrativa, logo Judas se destacou entre os seguidores de Jesus. Pouco tempo depois, foi escolhido para compor o seleto grupo dos apóstolos.
Ocorre que Judas não compreendia a missão de Cristo. Para ele, Jesus viera para estabelecer um reino material. E ele esperava ser alguém importante nesse novo governo.
Judas também tinha uma tendência para a corrupção. Ele era o tesoureiro dos apóstolos, e a Bíblia o revela traindo a confiança das pessoas ao desviar para si o dinheiro que deveria ser utilizado para ajudar os pobres.
O Senhor o alertou muitas vezes a respeito desses pecados e procurou mostrar a natureza espiritual de seu reino. Porém, dia a dia, o coração de Judas ia sendo endurecido por sua cobiça, que o preparava para ser o mais famoso traidor da história.
É muito doloroso ter a confiança traída. A sensação de ter entregado a intimidade a alguém que não era digno disso machuca e deixa marcas no coração. Por isso, devemos ter muito cuidado para que, em nossos relacionamentos, haja respeito e manutenção da confiança.
Filhos que mentem para os pais, amigos falsos, que revelam segredos e prejudicam pessoas, namorados e cônjuges que são infiéis e dilaceram o coração de suas vítimas são algumas das formas em que a traição se manifesta. A decepção está na base dos sentimentos de uma pessoa traída. “Até tu, Brutus?” é o clamor de alguém que não esperava ser apunhalado pelas costas.
Não devemos decepcionar as pessoas. Precisamos ser leais e valorizar a confiança depositada em nós. No fim das contas, quem trai está traindo a si mesmo. Judas é um exemplo disso, com seu fim trágico. Seja sempre leal e assim o desfecho de sua história será marcado pela felicidade.

10 de abril - Segunda-feira: Unidade na diversidade

Filipe e Bartolomeu; Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu; Simão, o nacionalista; Judas, filho de Tiago. Lucas 6:14-16
O mundo seria muito chato se as coisas e as pessoas fossem exatamente iguais. A diversidade de cores, etnias, tamanhos e formas confere ao planeta e à humanidade um colorido especial, revelando a criatividade e até o bom humor de Deus.
No entanto, a convivência com a diversidade é um desafio para a maioria das pessoas. Temos a tendência de imaginar que os conceitos de certo, belo e adequado estão sempre do nosso lado. Respeitar os outros e aceitá-los independentemente da cor e etnia é um dever de cada um de nós. Jesus valorizava a diversidade e levou esse princípio a sério quando montou a equipe de colaboradores mais próximos a Ele. No grupo dos apóstolos, havia pessoas de diferentes lugares do país e com ideias bem diversas.
Contudo, a diversidade tem um custo. Pense no desafio da convivência entre Levi Mateus, que antes de conhecer Jesus era um publicano, e Simão, o nacionalista. Publicanos se aliavam aos romanos para obter vantagens ao explorar as pessoas; nacionalistas ou zelotes, por sua vez, compunham um grupo que defendia a pátria, em relação aos estrangeiros, com armas e violência.
Além desses dois opostos, Jesus chamou também para compor o grupo dos apóstolos homens como Filipe, Tomé e Natanael. Em várias ocorrências nos evangelhos, Filipe e Tomé são vistos duvidando e com dificuldade de crer em Jesus; por outro lado, Natanael é retratado como alguém que acreditava no Senhor com facilidade. As diferenças não param por aí. Enquanto Pedro, Tiago e João tinham temperamentos fortes, André, o outro Tiago e Judas, filho de Tiago, aparentemente eram mais retraídos e de poucas palavras; as mínimas referências a eles nos evangelhos parecem ser uma evidência disso.
Respeito à diversidade, porém, não significa aceitar o erro. Por exemplo, pecados como a falta de fé revelada por Filipe e Tomé, a rispidez de Pedro, Tiago e João, a corrupção de Mateus e a violência de Simão foram retirados da personalidade desses homens pela influência do Espírito Santo. A convivência com os diferentes contribuiu para isso.
Ao optar pela diversidade, Jesus nos dá uma importante lição sobre o respeito às diferenças e revela a beleza de um quadro humano pintado com as múltiplas cores da sociedade. A graça de Cristo foi o fator unificador dos apóstolos. Com ela, aprendemos a respeitar os diferentes e podemos também compor o lindo mosaico que revela a face de Jesus.

domingo, 9 de abril de 2017

9 de abril - Domingo: Filhos do trovão

Tiago e João, filhos de Zebedeu (a estes Ele deu o nome de Boanerges, que quer dizer “Filhos do Trovão”). Marcos 3:17
Primeiro forma-se a poderosa corrente elétrica, conhecida como raio. Em seguida, brilha a forte luz, chamada de relâmpago. Somente segundos depois, ouve-se o trovão. Esse pequeno atraso se deve ao fato de que as ondas supersônicas de ar violentamente eletrizado não conseguem ser mais rápidas do que a velocidade da luz.
Os trovões recebem a menor parte da energia de uma trovoada. Mesmo assim, dependendo das circunstâncias envolvidas, seu estrondo pode ser alto o suficiente para causar surdez em pessoas que estejam muito próximas ao local da queda do raio.
Explosivos, barulhentos, fortes e impactantes. Essas eram as características de Tiago e João, os filhos do trovão. Mesmo ao lado do Senhor, a força da personalidade desses rapazes às vezes explodia com impacto negativo.
Por exemplo, um dia Jesus e os discípulos estavam em viagem e precisavam pernoitar em Samaria, mas o povo dali não quis recebê-los. A reação dos dois foi: “O Senhor quer que a gente mande descer fogo do céu […]?” (Lucas 9:54). Jesus os repreendeu e disse que essa não era a natureza de seu reino.
O gênio desses dois irmãos parece com o de muita gente hoje em dia. “Eu não levo desaforo para casa!” “Está olhando o quê?” “Você está rindo de mim?” Frases assim explodem e revelam a perigosa energia que corre nos nervos à flor da pele de gente que ainda não aprendeu a controlar as emoções.
Algumas pessoas querem justificar seu destempero dizendo que nasceram com personalidade forte. Muitos acabam também confundindo nervosismo com sinceridade. “Eu falo o que penso, doa a quem doer”, gabam-se os furiosos, sem medir os efeitos terríveis da tempestade de suas palavras no ouvido de alguém.
Entretanto, ao olharmos para a vida de Tiago e João, podemos ver com clareza que a convivência com Jesus pode abrandar qualquer pessoa, mesmo dois trovõezinhos como eles. A prova disso é que o estrondoso João passou a ser conhecido como o discípulo do amor, e Tiago foi o primeiro dos apóstolos a dar a vida por Cristo.
O ombro de Jesus foi o para-raios em que a energia violenta da natureza de João foi abrandada; a proximidade ao Senhor transformou a explosiva personalidade de Tiago em fidelidade e devoção. É isso que acontece quando o raio da luz divina brilha no céu da vida. Na sequência, sempre surge o trovão de uma existência a serviço de Deus.

8 de abril - Sábado: André, o coadjuvante

André, irmão de Simão. Lucas 6:14, Nova Bíblia Viva
Atores coadjuvantes são aqueles que têm papéis secundários nos filmes. Participam das cenas e dos diálogos com os protagonistas e funcionam como suporte para que os outros brilhem. Quase sempre desempenham tarefas sem muito glamour, mas são fundamentais para que a trama faça sentindo.
Se a história dos apóstolos fosse retratada em um filme, o papel de André certamente seria o de coadjuvante. O versículo de hoje evidencia isso ao apresentá-lo como o “irmão de Simão”. As pessoas não o conheceriam se não fosse pelo irmão famoso.
Nas poucas vezes em que é mencionado na Bíblia, André aparece de relance. Entretanto, sua atuação foi fundamental para que pessoas fossem levadas a Jesus.
A Bíblia não registra nenhum sermão seu nem sugere que tenha sido um grande líder e pregador de multidões. Porém, se não fosse por André, Pedro não teria se tornado discípulo de Jesus. O poderoso pregador que converteu 3 mil pessoas de uma vez conheceu o Senhor por meio de seu discreto irmão.
É interessante perceber que André não se incomodava em ocupar um lugar secundário. Ele sabia que seu irmão tinha uma personalidade dominante e que, por isso, desempenharia uma posição de destaque entre os discípulos, mas, ainda assim, o levou ao encontro do Senhor.
Isso mostra que André era uma pessoa madura e consciente do papel que desempenhava na vida. Ele interpretava corretamente sua personalidade e ocupava o espaço que lhe cabia. Percebeu que tinha habilidade de relacionamento interpessoal e resolveu usar isso em favor da pregação do evangelho. Atuou nos bastidores para que Jesus fosse o protagonista.
Foi nosso evangelista coadjuvante que levou certos homens gregos ao encontro de Jesus, tornando-se o primeiro missionário cristão internacional. No milagre da multiplicação, ele foi a ponte entre Jesus e o menino dos cinco pães e dois peixes. Por conta de seu talento em se misturar com as pessoas, ele pôde descobrir a matéria-prima de um dos milagres mais incríveis da Bíblia.
E você? Já identificou seu papel na trama da vida? Deus, o grande diretor, espera sua participação no filme da salvação. Seus dons e personalidade lhe indicarão como atuar de modo que o drama do evangelho seja assistido por muitas pessoas. Trabalhe para que Jesus, o protagonista, brilhe. Assim, você vai receber o Oscar da vida eterna.

9 de abril - Domingo, Cruzando a linha

Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. 1 João 2:15
Cristo não diz que o ser humano não servirá a dois senhores, mas que ele não pode fazê-lo. Os interesses de Deus e os interesses de Mamom não têm ligação ou correspondência. Justamente onde a consciência do cristão o adverte para deter-se, para negar o próprio eu, aí mesmo o mundano ultrapassa a linha a fim de condescender com suas propensões egoístas. De um lado do limite está o abnegado seguidor de Cristo; do outro lado, está o amante do mundo, complacente consigo mesmo, cortejando a moda, empenhando-se em frivolidades e regalando-se em proibido prazer. Àquele lado do limite, o cristão não pode ir.
Ninguém pode ocupar uma posição neutra; não há classe neutra que ame a Deus e sirva ao inimigo da justiça ao mesmo tempo. Cristo deve viver em Seus instrumentos humanos, trabalhar por intermédio de suas faculdades e agir por meio de suas aptidões. A vontade deles precisa estar submissa à Sua vontade; eles devem agir com o Seu Espírito. Então, não mais vivem eles, mas Cristo é que vive neles. Aquele que não se entregou inteiramente a Deus está sob o controle de outro poder, escutando outra voz, cujas sugestões são de caráter inteiramente diverso. Um serviço pela metade coloca o agente humano do lado do inimigo, como bem-sucedido aliado das hostes das trevas. Quando indivíduos que se dizem soldados de Cristo se deixam usar na confederação de Satanás e ajudam o seu lado, eles demonstram ser inimigos de Cristo. Traem sagrados depósitos. Formam um elo entre Satanás e os verdadeiros soldados, de modo que, por meio desses instrumentos, o inimigo está operando continuamente para roubar o coração dos soldados de Cristo.
O suporte mais poderoso do vício em nosso mundo não é a vida iníqua do dissoluto pecador ou do degradado; é a vida que, ao contrário, parece virtuosa, respeitável e nobre, mas na qual é nutrido um pecado; a vida em que há complacência com um vício. Para a alma que está lutando intimamente contra alguma gigantesca tentação, tremendo à beira de um abismo, o exemplo é um dos mais poderosos estímulos a pecar. Aquele que, dotado de altas concepções da vida, da verdade e da honra, viola um preceito da santa lei de Deus de modo voluntário perverte seus nobres dons, tornando-os um laço para o pecado. O temperamento, o talento, a simpatia, mesmo a generosidade e as boas ações podem tornar-se uma cilada de Satanás para seduzir pessoas para o precipício da ruína nesta vida e na por vir (O Maior Discurso de Cristo, p. 93, 94).

8 de abril - Sábado, Deus precisa de seu consentimento

O Senhor é a minha força e o meu escudo; nEle o meu coração confia, nElefui socorrido. Salmo 28:7
Lado a lado com a pregação do evangelho, estão as forças que são apenas médiuns de espíritos de mentira. Muitas pessoas se envolvem com essas forças por simples curiosidade, mas, ao ver demonstrações de um poder sobrenatural, sentem-se atraídas a ir cada vez mais longe, até que ficam dominadas por uma vontade mais forte que a de si mesmas. Essas pessoas não conseguem escapar do misterioso poder.
As defesas da mente são derrubadas. Não há barreira contra o pecado. Uma vez que as restrições da Palavra de Deus e de seu Espírito são rejeitadas, nenhum ser humano pode saber a que profundezas de degradação é capaz de imergir. Um pecado secreto ou paixão dominadora pode manter a pessoa cativa tão impotente como era o endemoninhado de Cafarnaum. Entretanto, seu estado não é sem esperança.
O meio pelo qual podemos vencer o maligno é o mesmo usado por Cristo – o poder da Palavra. Deus não rege nossa mente sem nosso consentimento; mas, se desejarmos conhecer e fazer Sua vontade, temos a promessa: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8:32). “Se alguém quiser fazer a vontade dEle, conhecerá a respeito da doutrina” (Jo 7:17). Graças à fé nessas promessas, qualquer pessoa poderá ser libertada dos ardis do erro e do domínio do pecado.
Todo ser humano é livre para escolher o poder que o regerá. Ninguém caiu tão fundo, ninguém é tão indigno que não possa encontrar libertação em Cristo. O endemoninhado, em lugar de uma oração, só pôde proferir as palavras de Satanás; porém, o mudo apelo do coração foi ouvido. Nenhum grito de uma pessoa em necessidade, mesmo que não seja expresso em palavras, será ignorado. Os que consentirem em entrar com o Deus do Céu em um concerto não serão deixados entregues ao poder de Satanás, ou às fraquezas de sua natureza. São convidados pelo Salvador: “Que se apoderem da Minha força e façam paz comigo; sim, que façam paz comigo” (Is 27:5). Os espíritos das trevas vão lutar para manter cativa a pessoa que uma vez caiu sob seu domínio, mas anjos de Deus vão contender por essa pessoa com predominante poder. Diz o Senhor: “Tirar-se-ia a presa ao valente? Acaso, os presos poderiam fugir ao tirano? […] Assim diz o Senhor: Por certo que os presos se tirarão ao valente, e a presa do tirano fugirá, porque Eu contenderei com os que contendem contigo e salvarei os teus filhos” (Is 49:24, 25) (O Desejado de Todas as Nações, p. 258, 259).

sexta-feira, 7 de abril de 2017

7 de abril - Sexta-feira: Simão Pedro

Simão, a quem acrescentou o nome de Pedro. Lucas 6:14, ARA
Em todas as listas de apóstolos nos evangelhos, Pedro é o primeiro a ser mencionado, o que sugere sua liderança entre os demais. O versículo de hoje, porém, revela um detalhe importante: “Pedro” foi uma espécie de apelido que Jesus colocou em Simão.
Em grego, “Pedro” significa pedra. A escolha de Jesus desse novo nome para Simão talvez sugira a necessidade de afirmar na personalidade do apóstolo uma característica a ser desenvolvida: a firmeza de uma rocha. Sem esse elemento em seu caráter, Pedro jamais teria sido o líder influente que foi.
Jesus havia identificado em Simão um grande potencial para a liderança, mas estava bem atento ao fato de que aquela personalidade explosiva, cheia de altos e baixos, precisava encontrar o ponto de equilíbrio para ser um grande protagonista da pregação do evangelho, como sabemos que ele se tornou.
Por ser inconstante e impetuoso, Pedro passou por muitas dificuldades e situações constrangedoras. Foi severamente repreendido por Jesus, certa vez, ao falar sem pensar; negou o Senhor; e foi corrigido pelo apóstolo Paulo por tentar “jogar em dois times” sobre o importante tema da salvação para os gentios. Esse era o Simão que teimava em morar na personalidade de Pedro.
É interessante ver como o próprio Pedro se identifica anos depois da ascensão de Jesus: “Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo” (2 Pedro 1:1, ARA, itálico acrescentado). A forma como o apóstolo se define pode estar sugerindo que ele tenha entendido a ambiguidade de sua personalidade e percebido que a luta de sua vida fosse vencer a inconstância e a impulsividade de “Simão” e consolidar a firmeza de “Pedro”.
Todos nós somos um pouco de “Simão” e “Pedro”. Temos uma personalidade complexa, que mescla características positivas e negativas. Nascemos com inclinações para o pecado e o erro. Com o novo nascimento, passa a ocorrer em nós a luta entre as características negativas que carregamos e as positivas que Jesus faz surgir no coração. Sem Cristo, porém, o balanço da vida é sempre negativo e, infelizmente, o “Simão” ganha do “Pedro”.
No caso do apóstolo retratado hoje, entretanto, mesmo com todas as lutas que enfrentou, “Pedro” prevaleceu. É com esse nome que ele se tornou conhecido como um grande apóstolo. Ele mesmo explica que isso foi possível porque Jesus foi a Pedra sobre a qual sua existência foi edificada (1 Pedro 2:6). Coloque o fundamento de sua vida em Cristo e você será firme como uma rocha.

quinta-feira, 6 de abril de 2017

6 de abril - Quinta-feira: #Intimidade

Na manhã seguinte, reuniu seus seguidores e escolheu doze deles para serem o círculo mais íntimo dos seus discípulos. Lucas 6:12, Nova Bíblia Viva
Selfies constrangedoras, fotos reveladoras e vídeos impublicáveis são alguns dos exemplos da hiperexposição desnecessária e perigosa que reina nas redes sociais. Os limites do público, do privado e do íntimo são rompidos por muitas pessoas que desconsideram a tolice e os riscos de agir assim. A privacidade e a intimidade só podem ser reveladas para quem é digno de confiança e não devem ser publicadas para o mundo.
Jesus é um exemplo de exposição na medida certa. Figura pública e dono da personalidade mais magnética do universo, enquanto esteve por aqui, o Senhor sabia quem eram as pessoas para as quais podia se revelar de maneira mais aberta. O versículo de hoje o apresenta escolhendo um grupo de 12 pessoas que seriam seus amigos íntimos.
Mesmo dentro desse grupo havia três discípulos ainda mais chegados. Pedro, Tiago e João são vistos muitas vezes ao lado do Senhor em momentos que exigiam maior nível de discrição e confiança. Essa postura de Cristo nos ajuda a compreender a importância de preservar certas informações.
Publicar sentimentos íntimos, desabafar em redes sociais, atualizar o itinerário na web e publicar fotos de situações reveladoras pode ser constrangedor, prejudicial e perigoso.
Foi um grande privilégio para os 12 apóstolos terem sido escolhidos como os amigos íntimos de Jesus. Mais perto do Senhor, eles puderam saber, em primeira mão, de muitos dos principais conceitos que, enquanto esteve por aqui, Cristo só podia revelar para seus amigos mais chegados.
A intimidade é um dos alicerces da amizade. Ao reservar assuntos importantes a respeito de nós mesmos apenas para pessoas confiáveis, estamos demonstrando que valorizamos nossos amigos e que contamos com o respeito que eles terão com nossos segredos.
Ainda hoje, Jesus deseja fazer novos amigos íntimos. Porém, Ele estabelece critérios importantes para isso: “A intimidade do Senhor é para os que o temem, aos quais Ele dará a conhecer a sua aliança” (Salmo 25:14, ARA). Preserve sua intimidade para a família, amigos de verdade e, acima de tudo, para Deus.

quarta-feira, 5 de abril de 2017

5 de abril - Quarta-feira: De cima

Naquela ocasião Jesus subiu um monte para orar e passou a noite orando a Deus. Lucas 6:12
A cidade de São Paulo é gigantesca. Nela vivem cerca de 20 milhões de pessoas. É um emaranhado de prédios, carros e gente espalhados por centenas de quilômetros quadrados. Porém, tudo isso cabe na janelinha do avião. Ao sobrevoar a megalópole, em poucos minutos, consigo ver onde ela começa e em que lugar termina. Em certo sentido, é isso que a oração faz.
Ellen White disse: “A oração não faz Deus descer até nós, mas eleva-nos a Ele” (Caminho a Cristo, p. 93, itálico acrescentado). A oração é o elevador da fé. Por meio dela, subimos até onde Deus está e enxergamos a vida como Ele enxerga.
A oração, portanto, é nossa oportunidade de nos sintonizar com a frequência do Céu. Vivemos num mundo bem afastado do ideal de Deus e, às vezes, somos levados pelas influências à nossa volta. Philip Yancey disse: “Preciso da oração porque durante o dia inteiro perco de vista a perspectiva de Deus. Ligo a televisão, e lá vem uma enxurrada de comerciais garantindo-me que o sucesso e a realização pessoal são calculados pelos bens e pela aparência física” (Oração: Ela Faz Alguma Diferença?, p. 27). A oração nos coloca em nosso lugar e nos ajuda a depender mais de Deus e menos de nós mesmos.
No entanto, ela não deve ser usada para satisfazer os desejos egoístas de nosso coração. Isso seria fazer “Deus baixar a nós”. O apóstolo Tiago revela por que muitas orações não são ouvidas: “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres” (Tiago: 4:3, ARA). Orar não é dizer a Deus o que Ele tem que fazer por nós, mas entender o que Ele quer fazer por nós. Nesse sentido, a oração não muda Deus, mas muda quem ora.
O salmista Asafe experimentou isso na pele. Ele estava passando por um momento difícil na vida e começou a achar que ser ímpio era melhor do que ser justo, pois os pecadores pareciam mais felizes e mais prósperos. Segundo ele, sua visão mudou no seguinte momento: “Quando fui ao teu Templo, entendi o que acontecerá no fim com os maus” (Salmo 73:17). Ao se dirigir em oração ao santuário, Asafe pôde ter a perspectiva de Deus e viu o fim desde o princípio.
Foi para termos essa visão que Jesus nos ensinou a importância da oração e nos deu o exemplo, ao passar a noite inteira orando para alinhar seu pensamento com o do Pai. Então, aprenda com o Senhor. Entre no “elevador” da fé, e seus olhos vão se abrir para ver as coisas como Deus vê: de cima.

terça-feira, 4 de abril de 2017

4 de abril - Terça-feira: A outra face

Tirem tudo isto daqui! Parem de fazer da casa do meu Pai um mercado! João 2:16
A imagem de Jesus nos evangelhos é a de uma pessoa amorosa, gentil e mansa. A relação de perdão com os pecadores reforça a amabilidade de seu caráter. É muito confortador para qualquer pessoa enxergar a Deus com as características acima.
Entretanto, quando se enfatiza exageradamente a mansidão de Jesus, o risco é não perceber a repugnância dele em relação ao pecado e sua atuação contundente contra quem acaricia erros no coração e, ainda, vende a imagem de santo.
O que muita gente não quer perceber é que a estreia pública do ministério de Jesus não foi exatamente doce e mansa. Era a festa da Páscoa, no templo de Jerusalém. Ao chegar ali, Jesus se indignou com o comércio que estava sendo praticado no pátio daquele lugar sagrado.
Numa ocasião como a Páscoa, milhares de pessoas, vindas de várias partes de Israel e do mundo, estavam ansiosas para oferecer sacrifícios a Deus. A lei de Moisés exigia que os animais usados nesses rituais fossem sem defeito. Por conta disso, os líderes religiosos da época arrumaram um jeito de ganhar dinheiro.
Eles vendiam animais pré-aprovados para os ritos por um preço bem acima do justo. Além disso, como a negociação só podia ser feita com a moeda do templo, os cambistas desvalorizavam o dinheiro de outros lugares e vendiam o meio ciclo (a única moeda aceita), lucrando muito com a troca. Essa situação gerava uma algazarra no templo, indignava os adoradores e acabava com o clima de santidade que deveria caracterizar a casa de Deus.
O Senhor não pôde aceitar isso. Sem violência, mas com firmeza e autoridade, Jesus expulsou os mercadores e cambistas, colocando ordem no lugar. Foi assim que Ele, até então desconhecido, revelou sua face forte, crítica e revolucionária.
Essa atitude de Cristo não é contrária a seu amor e mansidão. Em realidade, vê-lo agindo assim nos ajuda a amá-lo e respeitá-lo. Em geral, as pessoas tendem a fechar os olhos para o aspecto duro da personalidade de Jesus em relação aos pecados humanos e para sua atuação forte e cheia de autoridade quando insistimos na prática da maldade e ainda induzimos pessoas ao erro. O amor de Deus não tolera o pecado.
É por isso que o salmista diz a respeito de Jesus: “A misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram” (Salmo 85:10, ARC). Receba hoje o beijo de perdão e santidade que só podem vir da verdadeira face de Jesus.

segunda-feira, 3 de abril de 2017

3 de abril - Segunda-feira: Obsolescência

Ninguém põe vinho novo em odres velhos. Se alguém fizer isso, os odres rebentam, o vinho se perde, e os odres ficam estragados. Por isso, o vinho novo é posto em odres novos. Marcos 2:22
Eu estava impressionado com o smartphone, de oito gigabites, que havia comprado no início de 2012. A rapidez com que os aplicativos podiam ser abertos, a nitidez incrível da tela e a alta capacidade de armazenamento do meu celular, entre outras coisas, me deixavam muito satisfeito com o aparelho.
Com o passar do tempo, porém, fui percebendo uma coisa: o sistema operacional que rodava nele e também os aplicativos requeriam constantes atualizações para deixá-los ainda mais modernos.
Fui permitindo que esses reparos fossem feitos, sem perceber algo importante: a cada nova atualização, mais espaço da memória de meu celular ia sendo usado. Acrescente-se a isso milhares de fotos que fazia de minha filha recém-nascida, e o resultado foi, em pouco tempo, um telefone que já não era tão rápido e começava a travar.
As constantes atualizações envelhecem os aparelhos e indicam a necessidade de ter outro mais adequado a elas. Desde o século 20, a indústria tem intensificado esse processo, com a chamada obsolescência programada, para que os consumidores sejam forçados a adquirir novos produtos. Porém, o envelhecimento dos objetos e a necessidade de adquirir novos recursos sempre existiu.
No versículo de hoje, por exemplo, Jesus usa uma comparação que revela a obsolescência de recipientes de vinho em seu tempo. Feitos de couro, os odres iam ficando ressecados e duros com o uso, de forma que o vinho novo os rompia, fazendo-os perder a utilidade.
É a isso que o Senhor comparou a religião de sua época. Ressecada e endurecida pelo orgulho e por regras, rituais e jejuns que haviam perdido o propósito, o sistema religioso da época de Jesus não podia ser “atualizado” com a profundidade do evangelho. O “sistema operacional” cristianismo requeria um “aparelho” mais moderno e adaptado à “tecnologia” da salvação. Por isso, o Senhor fundou a igreja, um organismo vivo e sempre aberto às atualizações do Espírito Santo.
Em termos práticos para nós, isso significa que devemos estar expostos à Palavra de Deus para continuarmos crescendo na graça. Nunca devemos nos enrijecer contra a luz que Deus nos envia progressivamente. Por isso, abra seu coração para as atualizações do Espírito Santo, e sua fé nunca ficará obsoleta.